As três formações acusam Sánchez de “traição” e de “negociar a unidade nacional” ao manter conversações com os independentistas da Catalunha (nordeste) para assegurar a aprovação do Orçamento do Estado.
O governo de Sánchez suspendeu as conversações com os independentistas na sexta-feira porque, segundo a vice-primeira-ministra, Carmen Calvo, os separatistas recusaram ceder na exigência de um referendo sobre a independência.
A tensão política ocorre nas vésperas do julgamento pelo Supremo Tribunal de Espanha, marcado para terça-feira, de 12 dirigentes independentistas catalães, acusados de traição na tentativa de secessão de 2017.
A polícia nacional estimou em 45.000 o número de manifestantes na praça Colón, na capital espanhola, segundo a agência EFE.
No manifesto da concentração, intitulado “Por uma Espanha unida eleições já!”, lido aos manifestantes, os partidos de direita acusam o governo do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) de “humilhação do Estado sem precedentes” e argumentam que os espanhóis “não estão dispostos a tolerar mais traições ou concessões”.
“Nenhum governo está legitimado para negociar a soberania nacional”, frisam.
O líder do Partido Popular (PP), Pablo Casado, afirmou à chegada ao protesto a sua oposição à política de diálogo com a Catalunha e assegurou que “o tempo de Sánchez acabou”.
Albert Rivera, líder do Ciudadanos (Cs), assegurou que Pedro Sánchez “vai ter de ouvir” as palavras dos manifestantes, caso contrário, apelou, "terão de organizar-se mais manifestações".
E Santiago Abascal, líder do Vox, qualificou o Governo de Madrid de “ilegítimo e mentiroso”, acusando de “traição” e de ser “apoiado pelos inimigos de Espanha, da ordem constitucional e da convivência entre espanhóis”, referindo-se aos independentistas.
O PP, o Ciudadanos e o Vox, que se aliaram recentemente para governar a região da Andaluzia (sul), surgem nas sondagens em condições de formar uma maioria a nível nacional.
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