Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de abertura do ano judicial, no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, o responsável máximo da PJ sublinhou que “todos têm dificuldades de meios”, mas que a entidade que dirige procura fazer o máximo com os recursos disponíveis.

“Tem de haver exigência e não podemos ter um discurso permanentemente miserabilista. Da nossa parte, não temos na PJ. Tem é de haver um grau de exigência. Tem de haver trabalho, trabalho, trabalho e rigor”, afirmou, garantindo que os elementos da Judiciária já procuram “fazer mais e melhor” e que lutam para colmatar eventuais falhas, sem perderem o “orgulho” de serem “apenas funcionários públicos”.

Na reação aos discursos proferidos na cerimónia, Luís Neves recuperou as questões da digitalização – enunciadas pela ministra da Justiça – e da cibercriminalidade — apontadas pela Procuradora-Geral da República, Lucília Gago — para reiterar que a PJ está a desenvolver esforços para “dar um salto qualitativo” e alcançar maior capacidade de resposta no futuro.

“Estamos a capacitar-nos. Recebemos 100 pessoas agora, das quais 66% foram para a área da corrupção e a área do cibercrime; em setembro recebemos outras 100 pessoas e a distribuição vai ser de igual forma, foram as áreas que a senhora Procuradora-Geral identificou com maior falência de resposta”, sentenciou.

A sessão solene, que chegou a estar prevista para 09 de março, depois de não se ter realizado em 2021 devido à evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que encerrou os discursos, a seguir à intervenção do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

Antes discursaram o bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, e os estreantes nesta cerimónia oficial, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Henrique Araújo, e a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, empossada no cargo há menos de um mês.