Segundo os serviços de segurança russos (FSB), citados pela agência estatal de notícias Ria Novosti, o homem, que trabalha na cidade de Ulyanovsk, a cerca de 700 quilómetros a leste de Moscovo, é "um seguidor do satanismo".

O acusado "encorajou a ideia de relações homossexuais entre os seus subordinados como uma forma de aderir ao culto ao diabo", acrescentou a agência, precisando ainda que ele encorajava a "adotar esse culto para obter prosperidade financeira e progresso".

O homem, que foi acusado formalmente de "forçar atos sexuais" e "participar em atividades de uma organização extremista", pode ser condenado a até seis anos de prisão.

Desde o ataque à Ucrânia em fevereiro de 2022, a Rússia adotou várias medidas destinadas a punir a "propaganda homossexual", no âmbito de uma política cada vez mais conservadora.

O Tribunal Supremo russo proibiu no fim de 2023 o que classifica como “movimento LGBT internacional”, considerado “extremista”, uma formulação vaga que permite aplicar longas penas de prisão para quem for acusado de se unir a ele.

O Parlamento também proibiu em setembro a adoção de crianças russas por cidadãos de países que permitem a transição de género e planeia proibir a promoção de um estilo de vida "sem crianças".

As autoridades russas enxergam essa linha como uma continuação da sua luta contra o Ocidente, cujos valores e modo de vida são classificados como “decadentes” pelo presidente Vladimir Putin, que acusou repetidamente os ocidentais de "satanismo" pela sua tolerância em relação às pessoas LGBTQIAP+.