As fotografias da festa de aniversário dos 50 anos de Donata Meirelles, na Bahia, geraram críticas por evocar representações coloniais da escravatura. Aqui, a diretora de estilo da revista aparecia sentada num género de trono, ladeada por quatro mulheres negras vestidas de baianas.
A imagem foi interpretada como a representação de uma "sinhá" rodeada das suas "mucamas", remetendo para o período da escravatura, escreve a Folha de São Paulo.
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Entre as personalidades que criticaram as imagens está Elza Soares, que, partilhando uma fotografia no Instagram, escreveu: "Não faço juízo de valor sobre quem errou ou se teve intenção de errar. Faço um alerta! Quer ser elegante? Pense no quanto pode machucar o próximo, sua memória, os flagelos do seu povo, ao escolher um tema para “enfeitar” um momento feliz da vida. Felicidade às custas do constrangimento do próximo, seja ele de qual raça for, não é felicidade, é dor. O limite é tênue. Elegância é ponderar, por mais inocente que sua ação pareça."
"Mulheres negras usadas como objetos para criar uma cena exótica", criticou igualmente a autora da coluna #BlackGirlMagic na edição brasileira da revista Marie Claire, citada pelo The Guardian.
Recorrendo ao Instagram, um dia depois da festa, Donata Meirelles respondeu à polémica explicando que, na fotografia, a cadeira em que está sentada não é de "sinhá" e que os trajes são de mulheres baianas e não de mucamas, pedindo todavia desculpa por "ter causado uma impressão diferente".
O caso levou mesmo a revista Vogue Brasil fez um comunicado lamentando "profundamente" o ocorrido. A publicação disse ainda esperar que o debate em torno desta polémica sirva de aprendizagem.
Esta quarta-feira, Meirelles acabou por pedir demissão na sequência da polémica.
A primeira vez que a edição brasileira da revista Vogue colocou uma mulher negra na capa foi em 2011, 36 anos depois de ser lançada.
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