As mulheres em Portugal recebem, em média, uma remuneração base inferior à dos homens e, quando considerado o ganho efetivo, que inclui subsídios, prémios e horas extraordinárias, essa disparidade é ainda maior, segundo a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que destaca 22 factos sobre homens e mulheres de Portugal no panorama europeu a propósito do Dia Internacional da Mulher que se celebra hoje.

A disparidade salarial entre homens e mulheres no ganho médio mensal é de 27,3% nos quadros superiores e de 20,9% nos profissionais altamente qualificados.

Na sexta-feira foi divulgado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o barómetro sobre igualdade remuneratória que revelou que a diferença salarial entre homens e mulheres diminuiu 80 cêntimos em 2018 face a 2017 para 148,9 euros, fixando-se em 14,4%,

De acordo com o barómetro sobre igualdade remuneratória a disparidade salarial reduziu-se em 0,4 pontos percentuais em 2018 face ao ano anterior, para 14,4%.

A remuneração base média mensal registada foi de 1.034,9 euros para os homens, enquanto a das mulheres foi de 886 euros, uma diferença de 148,9 euros, menos 80 cêntimos do que em 2017.

Já a base de dados Pordata revela que apesar das oscilações entre 1985 e 2018, 1992 foi o ano em que a disparidade de remunerações foi maior e 2018 o ano com menor discrepância.

Dados de 2017 revelam que Portugal encontrava-se em 7.º lugar no ‘ranking’ dos países com maior disparidade salarial entre sexos e a Estónia, a República Checa e a Alemanha eram os líderes da tabela.

Em Portugal, há profissões que permanecem maioritariamente masculinas: é o caso das polícias, dos docentes do ensino superior e dos deputados eleitos para a Assembleia da República.

Nas polícias a percentagem de homens é sempre igual ou superior a 92 por cento e entre os deputados eleitos as mulheres representam em 2019 menos de três quintos do ttoal de deputados, o valor mais baixo registado desde 1975.

Outras continuam a ser maioritariamente femininas, como é o caso das educadoras do ensino pré-escolar e os docentes do básico e secundário.

Mas já no caso dos médicos, magistrados e advogados, o número de mulheres é superior.

A taxa de emprego dos homens é superior à das mulheres, mas a diferença entre sexos tem vindo a aproximar-se pela diminuição da taxa de emprego dos homens e pelo aumento ligeiro da taxa de emprego das mulheres entre 1983 e 2018.

Entre 1983 e 2018, a taxa de emprego dos homens passou de 70% para 60%. Nas mulheres passou de 43% para 50%, um acréscimo de sete pontos percentuais.

Nos países da UE-27, a taxa de emprego masculina é sempre superior à feminina, contudo há países onde essa diferença entre sexos é menor, como é o caso da Suécia e Finlândia.

Em sentido oposto destacam-se a Malta e a Roménia onde se assinalam as maiores diferenças.

Os dados revelam também que em Portugal a percentagem de mulheres empregadas a tempo parcial é muito superior à dos homens.