“Temos tido um crescimento importante semana após semana, ou seja, os utentes triados como verdes e azuis têm aderido de forma crescente ao regresso ao seu médico de família”, disse à agência Lusa Carlos Martins.
Segundo o administrador hospitalar, que assumiu funções em 01 de fevereiro, substituindo no cargo Ana Paula Martins, a nova ministra da Saúde, os centros de saúde que integram a Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria têm consultas abertas após a urgência central num “tempo máximo de 24, 48 horas” e têm disponibilidade para receber entre 100 a 120 utentes por dia.
Apesar da capacidade de resposta dos centros de saúde não estar esgotada, referiu que a instituição vai continuar a apostar na articulação entre a urgência central e os centros de saúde para diminuir os tempos de espera nas urgências do Hospital Santa Maria.
A este propósito, anunciou que a ULS vai assinar na segunda-feira um protocolo tripartido, para renovar e ampliar a capacidade de resposta do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) em Mafra, que é da responsabilidade da instituição, que está com um atendimento médio neste trimestre de 140 doentes por dia.
“Tem sido muito importante para nós e, sobretudo, para a população de Mafra, porque evita fazer uma deslocação 100 quilómetros para vir à urgência de Santa Maria”, salientou.
No mesmo dia, a ULS vai assinar um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro, em Mafra, para reforçar a resposta do projeto “Bata branca”, que assegura consultas a utentes sem médico de família.
Carlos Martins salientou que este “grande trabalho” de articulação interna entre a urgência e os vários serviços, que “é importante para os fluxos, os tempos, a permanência na urgência”, resulta do “plano estratégico 2024-2025”, elaborado em fevereiro, que já tem resultados positivos.
“Estamos com uma boa capacidade de internamento, com uma equipa que trabalha diariamente a gestão das camas e das altas” e “começamos a ter umas demoras médias mais tranquilas para gerir fluxos melhores, mais rápidos entre o serviço de urgência e os vários serviços do hospital”, frisou.
Dentro do plano também foi feita “uma redefinição” da lotação do internamento da ULS.
“Estamos a fazer a gestão do internamento do Hospital de Santa Maria, do internamento do Hospital Pulido Valente e ampliamos e continuaremos a ampliar a contratualização de camas na área social”, salientou.
Questionado se a ULS tem muitas camas ocupadas com doentes que tiveram alta, mas que permanecem no hospital por falta de resposta social, Carlos Martins afirmou que esta situação “era um dos grandes nós górdios” que existia sistematicamente.
“Em média diária, tínhamos 50 camas ocupadas com doentes a aguardar resposta da rede nacional de cuidados continuados integrados ou da sua família e depois tínhamos outros 50 doentes que estavam já numa fase de pré-alta” sem necessidade de estarem internados.
Para combater esta situação, foram realizadas várias medidas como a contratualização de mais camas com instituições sociais próximas da área da residência e o alargamento do número de camas de hospitalização domiciliária de 12 para 30 até ao final do ano.
Carlos Martins destacou a situação de cidadãos estrangeiros que recusam a regressar ao seu país e que “as instituições ainda não encontraram a resposta ou não tomaram a decisão final e continuam internados em camas” à responsabilidade financeira da ULS.
Avançou ainda que foi criada há um mês uma ‘task force’, constituída por médicos e enfermeiros, que tem como missão visitar os doentes internados nas instituições com quem a ULS tem contrato para ter o ‘feedback’ dos doentes que estão internados e das famílias.
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