A corrida "está muito quente e negativa", disse à Lusa Gary Soiseth, o atual ‘mayor’ da cidade que se candidata à reeleição. "Os meus oponentes têm sido muito vocais, há um chamar de nomes e negatividade", afirmou o político, filho de mãe portuguesa e pai escandinavo.

Do outro lado, está o lusodescendente Brad Bates, neto de um açoriano do Pico, que decidiu regressar à vida política para se opor à reeleição de Gary Soiseth. "Ele não foi o ‘mayor’ que as pessoas esperavam que fosse", disse à Lusa, argumentando que o atual presidente da câmara se envolveu "de forma inapropriada" e "intimidante" na gestão da cidade.

A corrida tem ainda os candidatos Jaime Franco e Amy Bublak, atual membro do conselho da cidade.

A reputação intimidatória de Gary Soiseth, que o político de 34 anos nega, foi alvo de discussão nos debates entre os quatro candidatos. Brad Bates argumentou que a atitude do ‘mayor’ levou à saída consecutiva de dois gestores profissionais da cidade em dois anos e meio, tendo o cargo ficado vazio durante cerca de um ano.

Os dois lusodescendentes discordam também na gestão do orçamento da cidade e na alocação de recursos para a construção de uma estação de tratamento de água do rio Tuolumne, com custo estimado de 288 milhões de dólares (250 milhões de euros).

"Este ‘mayor’ está a aumentar o défice e não parece preocupar-se com números reais", disse à Lusa Brad Bates. "Cada um tem direito à sua opinião, mas não tem direito aos seus próprios factos", afirmou.

Gary Soiseth disse, por seu lado, que uma das prioridades da sua plataforma de reeleição será "olhar para formas de recuperar recursos através de novas fontes de receitas", o que poderá ter a forma de um imposto de valor acrescentado.

Sem sondagens oficiais, as estimativas indicam, segundo Brad Bates, que a corrida será disputada entre ele e Amy Bublak, mas o atual ‘mayor’ tem hipóteses de ser reeleito se conquistar o voto dos indecisos. Todavia, afirmou que "há uma insatisfação grande com o ‘mayor’".

Soiseth, que recebeu o apoio de 28 oficiais eleitos da Califórnia, sublinhou que a vantagem do incumbente "é relativamente pequena" nas eleições locais, "porque a pessoa é responsabilizada por tudo o que corre mal". Ainda assim, considerou que a sua campanha "é forte" e disse estar confiante de que será "bem-sucedido" em novembro.

O atual ‘mayor’ também considerou que o tom negativo da campanha se deve, em parte, à influência do ambiente que se vive neste momento. "Acredito que se tornou aceitável no nosso discurso político, do nível nacional para baixo e de ambos os lados, dizer coisas não factuais e chamar nomes", sublinhou.

Brad Bates, recentemente reformado da sua atividade profissional no setor dos seguros, garantiu que a sua intenção não é continuar na vida política se conquistar este mandato, indicando que pretende apenas "pôr a casa em ordem" e garantir o fim de "uma forma inaceitável de lidar com a governação local".

Turlock, a segunda maior cidade no condado de Stanislaus, Califórnia, tem 5.269 pessoas de origem portuguesa, de acordo com o Censo de 2010.

Gary Soiseth procura reeleição como 'mayor' em Turlock

O lusodescendente Gary Soiseth vai procurar a 06 de novembro a reeleição como ‘mayor’ da cidade californiana de Turlock, nos Estados Unidos, onde 7,4% da população é de origem portuguesa.

A campanha do responsável luso-americano vai focar-se no investimento em estradas e água potável para o futuro, duas questões que preocupam a comunidade portuguesa da cidade, disse à Lusa Soiseth, filho de mãe portuguesa e pai escandinavo.

Também está planeado o lançamento de um programa de cidades geminadas nos Açores, com interesse já manifestado por "vários locais" na ilha do Pico e uma viagem marcada ao arquipélago para o verão de 2019. "Ainda não está nada definido, mas vai com certeza acontecer", garantiu o candidato à reeleição.

Outra prioridade é "manter as tradições vivas" e garantir que a cidade de Turlock continua a ter as Festas do Espírito Santo e as paradas na baixa. "Continuaremos a celebrar a cultura portuguesa todo o ano, mas em especial na época das ‘Festas'", explicou o político de 34 anos.

Na corrida à câmara da cidade, onde residem 5.269 pessoas de origem portuguesa, de acordo com o Censo de 2010, o incumbente enfrentará o também lusodescendente Brad Bates, Amy Bublak, membro do conselho da cidade, e o candidato de origem hispânica Jaime Franco.

Soiseth acredita que a comunidade luso-americana "está ao lado" da sua candidatura, não especificamente porque é português mas pela obra feita e que promete fazer. "Sou muito ativo na comunidade portuguesa", sublinhou, ainda assim, referindo que está a tentar aprender a língua através de amigos que falam português.

"Estou confiante de que as questões estão a ressoar junto das pessoas, a água potável e as autoestradas", indicou. A sua campanha recebeu o apoio de 28 oficiais eleitos no Estado da Califórnia "e centenas de outros residentes", incluindo o Sindicato de Bombeiros de Turlock.

O problema da água potável interessa especialmente à comunidade lusoamericana de Turlock pela sua predominância no setor agrícola e de lacticínios. É "muito importante para os agricultores e residentes da cidade" que sejam encontradas alternativas ao atual sistema de poços, garantiu. "O manto de água subterrânea está a acabar e a sua qualidade está a piorar, com arsénio, nitratos, químicos que não podemos ter na água potável", disse Soiseth.

Em agosto foi iniciado o projeto regional de construção de uma estação de tratamento de água do rio Tuolumne, um sistema encabeçado pelas cidades de Turlock e Ceres com um custo estimado de 288 milhões de dólares (250 milhões de euros).

Neto de um açoriano defende mais “segurança pública e polícia” na corrida a 'mayor' de Turlock

A prioridade do lusodescendente Brad Bates na corrida a ‘mayor’ de Turlock, Califórnia, nos Estados Unidos, é reforçar "a segurança pública e a polícia" da cidade onde os residentes de origem portuguesa representam 7,4% da população.

O candidato de 66 anos, neto de um açoriano, disse à Lusa partir da premissa que "a função primária do Governo" é "criar um ambiente seguro e saudável para os cidadãos" e evitar que as pessoas se sintam inseguras na sua comunidade.

A segunda prioridade é equilibrar o orçamento da cidade, explicou, tendo em conta o aumento do défice que se verificou nos últimos anos. "Pode-se resolver virtualmente qualquer problema se tiver o dinheiro necessário", adiantou o lusodescendente.

Uma das questões mais importantes para a comunidade luso-americana da cidade, que totalizava 5.269 pessoas nas contas do Censo de 2010, é a criação de alternativas para a extração de água potável. "Temos um dos distritos de irrigação mais antigos", indicou Brad Bates. "Os portugueses aqui são primariamente agricultores e produtores de lacticínios, por isso estão diretamente ligados à terra e à água".

Em agosto foi iniciado o projeto regional de construção de uma estação de tratamento de água do rio Tuolumne, um sistema encabeçado pelas cidades de Turlock e Ceres que está envolto em controvérsia devido ao custo estimado de 288 milhões de dólares (250 milhões de euros). "Se eu for eleito, vamos acalmar a retórica e pensar nisto antes de tomarmos decisões definitivas", prometeu Bates.

Ainda assim, o lusodescendente reconheceu que uma alternativa "é inevitável para a cidade", uma vez que existe unanimidade na opinião dos especialistas "de que no futuro Turlock não poderá aguentar-se" com o sistema de poços que tem agora.

Brad Bates foi ‘mayor’ da cidade entre 1982 e 1990 e regressou à vida política para desafiar o atual ‘mayor’ e também luso-americano Gary Soiseth. Nas eleições de 06 de novembro, ambos irão enfrentar também Amy Bublak, membro do conselho da cidade, e o candidato de origem hispânica Jaime Franco.

Bates disse acreditar ser "um forte candidato" e considera ter boas hipóteses de voltar a sentar-se na cadeira de ‘mayor’ da cidade californiana, a segunda maior do condado de Stanislaus.