"Nós estamos com um problema de sinistralidade na VCI muito elevado. Tivemos mais de 500 acidentes na VCI, dois mortos e um ferido muito grave, o que é muito preocupante" numa cidade "que normalmente tem poucos acidentes desta natureza", disse hoje Rui Moreira aos jornalistas.

O presidente da Câmara do Porto falava a propósito do abate de árvores na Rua Maria Lamas, na Prelada, junto à VCI, tendo acabado por abordar outras questões relativas à relação da autarquia com a IP, que gere a via.

"Sempre que há um acidente na cidade do Porto, a cidade do Porto para. É urgente que, seja competência metropolitana, seja ela qual for, possa interferir junto daquilo que é uma via que, neste momento, é uma causa enorme de problemas", referiu Rui Moreira, quando questionado se entidades autárquicas ou metropolitanas poderiam ter competências diretas para gerir vias de cariz local como a VCI.

Rui Moreira afirmou não ter "dúvida nenhuma" que tal poderia ser feito na Circunvalação, mas quanto à VCI admitiu que "é um compromisso difícil" retirá-la da alçada da IP, já que "neste momento não há ainda condições de evitar este atravessamento".

Em concreto, segundo dados divulgados aos jornalistas pela Câmara do Porto, que remetem para "os acidentes participados pela PSP à ANSR [Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária]”, em 2023 registaram-se 526 acidentes na VCI, com dois mortos, um ferido grave e 159 ligeiros.

Em 2022, o número de acidentes tinha sido praticamente idêntico (524), mas sem mortos ou feridos graves, tendo o número de feridos ligeiros sido também inferior (144).

Os números dos dois últimos anos são superiores aos de 2021 e 2020: em 2021 houve 482 acidentes que causaram dois mortos e 108 feridos ligeiros, e em 2020 registaram-se 417 acidentes, com um morto e um ferido grave a lamentar, tendo existido 104 feridos ligeiros.

Em todos estes anos, trata-se de uma média superior a um acidente por dia, causando constrangimentos aos utilizadores de uma via que é atravessada por mais de 125 mil carros diariamente.