"No Zoomarine, no Jardim Zoológico e nas touradas ninguém toca", afirmou à Lusa o patriarca da família circense, adiantando que o ónus de alojar os animais selvagens que deixem de ser usados nos circos pertence ao Estado.
Miguel Chen questionou "onde é que há dinheiro para construir os santuários" para esses animais selvagens, indicando que associações pelos direitos dos animais prometeram trabalhar para os conseguir, mas ainda nada existe.
"O circo não pode lutar contra ninguém", lamentou, afirmando que todos os animais que o circo Chen tinha, exceto sete tigres, foram doados a parques naturais onde podem viver.
"Os tigres, não os dei, porque não havia sítio para os pôr", indicou, afirmando que continua a manter os animais em instalações próprias.
Os espetáculos do Circo Chen, que tem um protocolo da câmara de Lisboa para não usar animais, passaram a ser feitos sem animais há três anos.
Miguel Chen garantiu que "o circo também é um espetáculo sem animais" mas que se "perdeu a magia para as crianças, a quem os animais encantam, e o circo não é para os pais, é para as crianças".
Confrontados com a proibição de comprarem mais animais ou de os que já têm se reproduzirem, os animais com que ficou tiveram que ser castrados.
"É dispendioso mantê-los, mas fazem parte da nossa vida", declarou.
O parlamento discute na quinta-feira projetos de lei do PS, PCP, Bloco de Esquerda, verdes e PAN para acabar com os espetáculos de circo com animais em Portugal.
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