Sessenta e oito atletas russos de atletismo foram proibidos de competir nos Jogos Olímpicos de 2016 pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS). O organismo rejeitou o recurso entregue pelos desportistas e pelo Comité Olímpico Russo que visava contrariar a determinação Associação Internacional das Federações de Atletismo (o organismo suspendeu em Novembro de 2015 a Federação Russa de Atletismo das provas internacionais).

Também na ultima semana, a 19 de julho, o Comité Olímpico Internacional (COI) vetou a presença do ministro do Desporto da Rússia, Vitali Mutko, na competição. No dia seguinte, o organismo avançava com um prazo - sete dias - para decidir sobre a participação dos atletas russos nos Jogos.

Em causa está o relatório da Agência Mundial Antidoping (AMA), realizado de forma independente pelo advogado canadiano Richard McLaren, que denuncia um esquema de dopagem com apoio estatal na Rússia. O esquema, que terá contado com a participação do ministro do Desporto russo e com a colaboração dos serviços secretos, envolve atletas de 30 modalidades, 20 das quais inscritas nos Jogos Olímpicos de verão.

Melhorar a performance recorrendo a substâncias não é algo novo. Desde a Grécia Antiga que os atletas recorrem a dietas especiais e a “poções” para aumentar a força e a resistência.

A Associação Internacional das Federações de Atletismo foi a primeira a proibir a dopagem, estávamos em 1928. No entanto, os testes de despistagem só se tornam regulares nos anos 1970.

Na linha da frente contra o doping desportivo está a Agência Mundial Anti-dopagem, criada em 1999.  A organização define as regras e os procedimentos, testa os atletas e atualiza as listas de substâncias ilícitas.

As substâncias mais comuns são os estimulantes, produtos androgénicos, como os asteroides e anabolizantes, as hormonas e os diuréticos. Certas drogas são sempre proibidas, outras só o são por altura das competições ou em desportos específicos. Exemplo? Os beta-bloqueadores são proibidos especificamente no tiro ao arco ou no tiro, já que ajudam a manter o ritmo cardíaco baixo e limitam o tremor das mãos.

A dopagem sanguínea é outro meio eficaz de melhorar as performances e resistência, é muito usada no ciclismo profissional, por exemplo. Entre os métodos de despistarem está o acompanhamento da massa de hemoglobina dos atletas, ou a deteção de indicados de plastificantes, compostos dos sacos de armazenamento.

Quando se fala de ciclismo e doping, é inevitável falar sobre Lance Armstrong. O norte-americano venceu sete vezes a Volta à França e perdeu todos os títulos depois desistir de lutar contra as acusações de doping da Agência Americana Antidoping. Mais tarde, o Lance admitiu ter recorrido ao doping para vencer a prova. Hoje, o passaporte biológico do atleta é fundamental no combate ao doping.