“Temos de evitar a demagogia. A Europa tem de ter as portas abertas, mas não escancaradas”, disse Durão Barroso, reforçando que o “movimento incontrolável de imigrantes” está a gerar fenómenos de xenofobia “muito preocupantes em alguns países.
O também ex-primeiro-ministro português, que falava à margem do 1.º EurArfrican Forum que decorre hoje em Cascais, sublinhou que a questão tem de ser gerida “com equilíbrio”, considerando que a solução passa por dialogar com os países africanos, mas também pela partilha de responsabilidades entre europeus.
“Temos de chegar a acordo entre nós, dividindo a responsabilidade e fazendo um controle efetivo, mas também humanitário das nossas fronteiras”, assinalou.
Durão Barroso disse ainda que é preciso apoiar mais o desenvolvimento dos países africanos.
“Não tenhamos ilusões. É impossível controlar completamente os fluxos migratórios, a solução a longo prazo está no próprio desenvolvimento de África”, vincou o antigo responsável europeu, acrescentando que “é uma obrigação humanitária receber essas pessoas”
Questionado sobre as decisões relativas a políticas migratórias saídas do último conselho europeu, Durão Barroso afirmou não conhecer as propostas em detalhe e considerou que foi “um passo necessário, mas não suficiente”.
Os líderes da União Europeia alcançaram na madrugada do dia 29 de junho um acordo para a criação de plataformas de desembarque regionais de migrantes e de centros controlados nos Estados-membros bem como o reforço do controlo das fronteiras externas.
O ex-presidente da Comissão Europeia e atual presidente não -executivo do Goldman Sachs preside ao 1.º EurAfrican, um evento organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, que pretende aproximar África da Europa, reforçando a confiança entre os dois continentes.
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