A proposta, que foi apresentada pelo Livre e aprovada pela oposição numa reunião privada do executivo municipal liderado por Carlos Moedas (PSD), que governa a Câmara de Lisboa sem maioria, prevê também a redução em 10 quilómetros/hora (km/h) da velocidade máxima de circulação permitida atualmente em toda a cidade.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação Avenida da Liberdade, que representa lojas, hotéis, restaurantes e serviços, manifestou a sua surpresa e indignação com a aprovação desta proposta, nomeadamente por prever a proibição de circulação naquela artéria aos domingos e feriados.

“Isto surge de forma inesperada e sem haver qualquer tentativa de diálogo e de compreensão dos impactos que isto teria. É uma bomba que acaba de explodir. Por isso, vamos pedir uma reunião urgente ao executivo municipal”, adiantou Pedro Leal.

Segundo Pedro Leal, a estupefação “é maior” dado o ‘timming’ desta proposta, que surge “numa altura em que os agentes económicos da cidade ainda estão a tentar recuperar dos efeitos económicos da pandemia.

“Depois de dois anos de uma pandemia terrível em que os agentes económicos sofreram como sofreram e com prejuízos avultados. Mal se sai disso tomam-se medidas sem serem debatidas e analisadas”, apontou.

Pedro Leal ressalvou que a associação ainda está a fazer uma identificação dos impactos desta medida, mas alertou para o facto de afetar “ao nível do volume de negócios e da cultura”.

“Na cultura são milhares de lugares que se preenchem todos os domingos. Ao nível do turismo também vai ter um impacto brutal e nos postos de trabalho”, observou.

Também ouvido pela Lusa, o presidente do Automóvel Club Portugal, Carlos Barbosa, criticou o facto de esta proposta ser aprovada sem ter sido precedida por “qualquer estudo”.

“A esquerda em Lisboa faz sempre propostas sem qualquer estudo. Quando houver estudos nós tomaremos uma posição. Há sítios onde a velocidade tem de ser reduzida, há outras em que terá de ser aumentada. Portanto, parece-me mais uma decisão política da esquerda furiosa por ter perdido as eleições do que outra coisa”, sublinhou.

Em reunião privada do executivo camarário, a iniciativa "Contra a guerra, pelo clima: proposta pela redução da dependência dos combustíveis fósseis na cidade de Lisboa" foi aprovada com sete votos contra da liderança PSD/CDS-PP, duas abstenções dos vereadores do PCP e oito votos a favor: cinco do PS, um do Livre, um do BE e um da vereadora independente eleita pela coligação PS/Livre.

Entre as medidas está a reativação do programa "A Rua é Sua", alargando a outros locais da cidade e prolongando o período em vigor, nomeadamente através da "eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade em todos os domingos e feriados (anteriormente apenas último domingo de cada mês)".

Foi decidido ainda que o corte do trânsito automóvel aos domingos deve ser alargado a todas as freguesias, aplicando-se a "uma artéria central (ou mais) com comércio e serviços locais, para que todos os fregueses de toda a cidade possam experimentar fazer as suas deslocações de proximidade a pé de forma segura e confortável sem necessitar do automóvel próprio", lê-se na proposta do Livre, sugerindo também a promoção de consulta e participação pública para a transformação definitiva dos espaços nas diferentes freguesias, no sentido de alargar as áreas pedonais.

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