A aposta no ecodesign, também denominado ‘design sustentável’ ou ‘design ambiental’, permitiria à “indústria farmacêutica reduzir até cinco vezes os impactes ambientais do ciclo de vida das embalagens de medicamentos”, indicam os primeiros resultados de um estudo pioneiro, que está a ser desenvolvido na FCTUC, afirma esta faculdade numa nota enviada hoje à agência Lusa.
Intitulado ‘Avaliação de ciclo de vida e ecodesign de embalagens de medicamentos’, o projeto “pretende avaliar os impactes ambientais de ciclo de vida deste tipo de embalagens, com o objetivo de sensibilizar a indústria farmacêutica” para a importância do ecodesign, que “incorpora os aspetos ambientais no design dos produtos”, salienta a FCTUC.
Para isso, uma equipa de investigadores, liderada por Fausto Freire, do Centro para a Ecologia Industrial da FCTUC, tem vindo a “avaliar diferentes tipos de embalagens farmacêuticas – blister, frasco e saqueta, com diferentes combinações de materiais – para identificar quais os pontos críticos e propor as melhores alternativas” de configuração ou desenho ambientalmente sustentável.
Dos vários exemplares já analisados, observou-se “uma variação significativa de volume das embalagens comercializadas em Portugal para o mesmo medicamento e elementos supérfluos como excesso de material”, revela Fausto Freire, citado pela FCTUC.
“Ao avaliarmos o ciclo de vida e o ecodesign, verificámos que há potencial para reduzir até cinco vezes os impactes ambientais associados ao ciclo de vida das embalagens”, assinala Fausto Freire.
Além disso, acrescenta o também docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC, “se a indústria farmacêutica apostar na melhoria do desempenho ambiental do ciclo de vida das embalagens de medicamentos, nomeadamente na redução de volume e materiais utilizados nas embalagens, nos processos de produção, transporte e valorização de resíduos, terá também benefícios económicos”.
A investigação, que deverá estar concluído em 2019, é financiada pela Valormed (Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens e Medicamentos).
“Apesar de a indústria farmacêutica ter tido sempre grandes preocupações para com as questões ambientais, concretamente em relação ao tipo de materiais utilizados no fabrico dos seus produtos, muito terá ainda a fazer no que respeita a este assunto”, sustenta, citado pela FCTUC, Luís Figueiredo, diretor-geral da entidade gestora de embalagens e medicamentos fora de uso.
A avaliação do ciclo de vida e ecodesign permite “calcular o desempenho ambiental de um produto, desde a extração de matérias-primas, produção e utilização de bens e serviços, até à gestão dos resíduos daí resultantes, promovendo um equilíbrio entre as necessidades ecológicas e económicas, através da conceção adequada dos produtos, e uma economia circular”, conclui a Faculdade de Ciências de Coimbra.
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