Segundo a informação hoje divulgada, o Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP estima que, “no cenário base, a economia portuguesa terá contraído 0,3% em cadeia no primeiro trimestre de 2020 após um crescimento de 0,7% no quarto trimestre de 2019”.

Já a variação homóloga do Produto Interno Bruto (PIB) é estimada positiva, de crescimento de 1,3% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo trimestre de 2019 (valor abaixo dos 2,2% de variação homóloga do último trimestre de 2019).

“Este cenário, relativamente benigno face à gravidade da situação atual, é justificado pelo arranque de ano favorável em termos de consumo, investimento e exportações que foi, entretanto, abruptamente interrompido em março, como sugerem os indicadores já disponíveis”, afirmam os economistas da Católica.

A taxa de desemprego terá sido de 6,8% no primeiro trimestre, após 6,7% nos últimos três meses de 2019, e o consumo privado terá contraído 0,9% em cadeia no primeiro trimestre.

Contudo, os economistas admitem que, “dada a quebra abrupta registada em alguns indicadores de alta frequência, não é de descartar um cenário alternativo", mais severo para a economia portuguesa.

Neste cenário mais severo, estimam que o PIB terá contraído 1,8% em cadeia e 0,3% na variação homóloga, com a taxa de desemprego a passar para 7%.

Há duas semananas, o NECEP já tinha divulgado a estimativa para a economia de Portugal em 2020, estimando uma contração do PIB entre 4% (cenário benigno, crise sanitária curta e recuperação rápida) e 20% (cenário pessimista, crise sanitária prolongada), apontando para um cenário central de queda de 10%.

Já hoje divulgou também estimativas para 2021 e 2022.

Assim, para 2021, o cenário otimista (crise sanitária curta e a recuperação económica forte já na segunda metade deste ano) estima que nesse ano seria possível anular as perdas de 2020, com um ganho de 2,2% do PIB face a 2019, baixando a taxa de desemprego para 7%.

O cenário pessimista estima degradação da economia, com queda acima de 20%, e taxa de desemprego próxima de 16%, resultando da passagem para desemprego dos trabalhadores em ‘lay off’.

Já o cenário central estima que haja uma queda da economia em 2021 de 4% face a 2019, sendo “necessário esperar por 2022 para se regressar ao nível de produto do ano passado”.

Neste cenário central, a taxa de desemprego iria manter-se relativamente elevada em 2021, em cerca de 9%, podendo contudo “regressar a valores próximos dos 7% num cenário de recuperação forte em 2022”.

Já quanto a previsões para 2022, o cenário pessimista é de queda da economia acumulada de 15,7% face a 2019, o cenário otimista de recuperação de 3,3% e o cenário central de recuperação de 1,9%.

Sobre a inflação, admitem os economistas da Católica que a taxa se mantenha em valores historicamente baixos, mas admitem que “poderá haver oscilações significativas de preços nos próximos meses e o próprio Instituto Nacional de Estatística poderá ter dificuldade em calcular o valor da inflação mensal”. Além disso, consideram que a “ hipótese de deflação não deve ser descartada, embora os dados disponíveis não suportem, ainda, essa conclusão”.

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