Rui Rio reiterou ainda que António Costa é “o primeiro responsável” por aquilo que “vão sendo as falhas” do ministro Eduardo Cabrita, “porque não o quer mudar”.

“Acompanho a situação pelas notícias. Acho que há aqui um dado muito relevante que falta saber que é a velocidade a que ia o automóvel. Se o automóvel ia a uma velocidade normal na autoestrada então é uma coisa, se vai a uma velocidade muito acima daquilo que é o normal então a responsabilidade poderá ser outra”, afirmou o líder social-democrata instado a comentar o acidente que vitimou um trabalhador.

Para o presidente do PSD, saber “exatamente a velocidade a que seguia o carro” é “um elemento vital para apurar responsabilidade”.

Questionado sobre se acompanha o líder do CDS-PP no pedido de demissão de Eduardo Cabrita caso se confirme que houve excesso de velocidade, Rio reafirmou que “as demissões dos ministros competem exclusivamente ao primeiro-ministro”.

“O primeiro-ministro entendeu não demitir o ministro da Administração Interna, não é por este caso, já por muitos outros para trás, está no seu legítimo direito, o ministro é ministro por direito próprio, eu tenho é a dizer outra coisa um bocado diferente: tudo aquilo que vai acontecendo de mau sob a gestão do atual ministro da Administração Interna é da responsabilidade do primeiro-ministro”, frisou.

Porque, acrescentou, o “primeiro-ministro insiste em dizer que tem excelente ministro da Administração interna”.

“E, portanto, eu não tenho que pedir a demissão, isso é o primeiro-ministro que sabe, mas tenho que tirar a conclusão que ele passa a ser o primeiro responsável por aquilo que vão sendo as falhas do ministro da administração Interna, porque não o quer mudar. Está no seu direito, mas então tem de assumir a responsabilidade”, sublinhou

O acidente em que morreu atropelado um trabalhador que fazia a manutenção da via na autoestrada A6, no Alentejo, pelo carro que transportava o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ocorreu no dia 18 deste mês.

Rui Rio falava aos jornalistas em Vila Real após a sessão de apresentação dos candidatos pelo PSD às próximas eleições autarquias pelos 14 concelhos do distrito transmontano. Neste território PSD e CDS-PP concorrem coligados em sete das 14 autarquias

CDS defende que Cabrita deve demitir-se caso se apure excesso de velocidade

O presidente do CDS-PP defendeu hoje que o ministro da Administração Interna deve demitir-se caso se apure que o carro que o transportava circulava em excesso de velocidade na altura do acidente que vitimou uma pessoa.

"O que eu neste momento reclamo é que sejam tornadas públicas as circunstâncias deste acidente", defendeu Francisco Rodrigues dos Santos em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, apontando que "o CDS exige explicações" e que elas são devidas à família da vítima mortal, bem como aos portugueses.

Apontando que o ministro da Administração Interna "é responsável por garantir que são cumpridas as regras do Código da Estrada", o líder centrista questionou se o governante "está em condições de garantir que a viatura em que viajava circulava a menos de 120 quilómetros por hora, e por isso respeitava todas as regras do Código da Estrada".

"A verdade é só uma, se a viatura do ministro Eduardo Cabrita viajava em excesso de velocidade, tendo provocado uma morte, o senhor ministro não tem condições políticas para se manter nem mais um segundo nas suas funções", defendeu Francisco Rodrigues dos Santos, considerando que a sua posição fica "muito fragilizada".

O acidente em que morreu atropelado um trabalhador que fazia a manutenção da via na autoestrada A6, no Alentejo, pelo carro que transportava o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ocorreu no dia 18 deste mês.

Apesar de ressalvar que o ministro "não deve ter responsabilidades pessoais nesta tragédia, nem o CDS alguma vez o iria sugerir", o presidente do partido considerou que Cabrita "pode ter responsabilidades políticas" e "tem de ser absolutamente claro se tem ou não tem".

"Infelizmente, os dados que foram trazidos a público não trouxeram clareza acerca do acidente, mas sim obscuridade e confusão à volta das circunstâncias que motivaram este atropelamento", indicou.

Para o líder do CDS-PP, "é muito estranho que ainda não sejam conhecidas conclusões" sobre o acidente, tendo criticado que Cabrita se tem "remetido a um silêncio ensurdecedor".

Francisco Rodrigues dos Santos assinalou igualmente que o ministro da Administração Interna "é o responsável por garantir que as polícias competentes esclarecem todos os acidentes tidos em via pública e, sobretudo, aqueles que provocaram vítimas mortais", devendo fazê-lo da "forma mais célere possível", e defendeu que "a responsabilidade" do governante "não diminui, antes aumenta por circular na viatura que atropelou" o trabalhador.

O presidente democrata-cristão defendeu ainda que "começa já a ser muito tarde para que sejam tornados públicas circunstâncias essenciais sobre este acidente, e esta demora obviamente que fragiliza politicamente a posição do ministro Eduardo Cabrita".

E criticou que "a única coisa" que o gabinete do ministro "se dignou a fazer" foi "imputar publicamente responsabilidades à vítima deste acidente", "ocultando outros factos essenciais do acidente, que se prendem com a viatura em que circulava o ministro Eduardo Cabrita".

No dia seguinte ao acidente, o Ministério da Administração Interna indicou que na altura do acidente não existia sinalização para alertar os condutores dos "trabalhos de limpeza em curso" naquela autoestrada e que o trabalhador atravessou a faixa de rodagem próxima do separador central, apesar de os trabalhos de limpeza em curso estarem a decorrer na berma.

O Ministério Público abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do trabalhador e o INEM também está a investigar as circunstâncias em que foi prestado o socorro.

Hoje, Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou ainda para expressar as "mais sinceras condolências" à família da vítima.

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