Instituído em 1955, o prémio, no valor de 20 mil dólares (cerca de 17,7 mil euros), destina-se a distinguir arquitetos, de qualquer nacionalidade, que "tenham dado uma contribuição significativa à arquitetura como arte".
Escolhido entre 33 nomeados, Souto de Moura foi reconhecido pela "qualidade intemporal e profundamente humanista" da sua obra, detentora de um "[sentimento] de inevitabilidade", disse a arquiteta Annabelle Selldorf, presidente do júri, no anúncio dos vencedores.
A decisão teve em conta um conjunto de "projetos notáveis" do arquiteto português, entre os quais o júri destacou o Estádio Municipal de Braga, a Torre Burgo, no Porto, e a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais.
A carreira de Eduardo Souto de Moura soma perto de 40 anos e mais de uma dezena de prémios, como o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, atribuído no ano passado, e o Pritzker, o "Nobel da arquitetura", em 2011, pelo conjunto da obra.
Entre outras distinções, recebeu o Prémio Piranesi da Academia Adrianea de Arquitetura e Arqueologia Onlus, de Roma, em 2017, o Prémio da X Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo, em 2016, "pelo importante contributo do seu ensino em universidades de diversos países", o Prémio Wolf de Artes da Fundação Wolf, em Israel, em 2013, o Prémio Pessoa, em 1998, e o Prémio Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte, em 1996.
O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, a remodelação e valorização do Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira e o Centro Português de Fotografia, no Porto, o projeto de interiores dos Armazéns do Chiado, em Lisboa, contam-se entre os seus projetos, assim como o Serpentine Gallery Pavilion, nos Kensington Gardens, em Londres, feito em parceria com Álvaro Siza, com quem iniciou a carreira, em 1981.
Além de Souto de Moura, a Academia Americana de Artes e Letras distinguiu ainda, este ano, com um prémio individual de dez mil dólares (perto de 8,85 mil euros), o diretor do Instituto de Arquitetura do Sul da Califórnia (Sci-Arc), Hernan Dias Alonzo, pela "sua influência no futuro" da profissão, os responsáveis pelo Laboratório Global Africa, do departamento de Arquitetura da Universidade de Columbia (GSAPP/Columbia), em Nova Iorque, Mario Gooden e Mabel O. Wilson, "por defenderem a existência de um mundo mais justo", os arquitetos Eric Höweler e Meejin Yoon, de Boston, "pelas suas formas e estruturas inovadoras", e a diretora do programa Architectural League of New York, Anne Rieselbach, “pelo apoio ao desenvolvimento de novas ideias em design urbano e arquitetura”.
Os prémios serão entregues durante a cerimónia anual da Academia, a realizar em Nova Iorque, em maio.
Entre os arquitetos já distinguidos pela Academia Americana de Artes e Letras, em edições anteriores, contam-se Phyllis Lambert, Sheila O'Donnell e John Tuomey, Alberto Campo Baeza, Kathryn Gustafson e Diébédo Francis Kéré.
O júri da edição deste ano foi composto pelos arquitetos Annabelle Selldorf (presidente), Henry N. Cobb, Kenneth Frampton, Steven Holl, Thom Mayne, Laurie Olin, James Polshek, Billie Tsien e Tod Williams.
[Notícia atualizada às 18:04]
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