Eike Batista, empresário brasileiro de 60 anos, é suspeito de lavar milhões de dólares num esquema de corrupção que também atinge o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (2007-2014), que está preso. As investigações apontam no sentido de que Eike Batista, que foi o homem mais rico do Brasil e em 2012 foi considerado pela revista Forbes o sétimo mais rico do mundo, tenha pago a Cabral subornos da ordem dos 16,5 milhões de dólares em 2010.
A Polícia Federal tentou deter o empresário na sua casa no Rio de Janeiro na quinta-feira, mas Eike não se encontrava lá. Os advogados informaram que tinha viajado em trabalho para Nova Iorque e que voltaria ao Brasil para se entregar à polícia.
A Polícia Federal considerou-o foragido e a Interpol incluiu seu nome na lista de captura internacional.
Ontem foi visto no aeroporto JFK, em Nova Iorque para embarcar num voo com destino ao Rio de Janeiro, segundo noticiou a imprensa brasileira. Um vídeo difundido pela Rede Globo, mostra Batista, na noite de domingo, no aeroporto, sozinho e com uma mala pequena, para embarcar no voo 973 da American Airlines rumo ao Rio, com previsão de aterragem às 10H30 locais.
O empresário chegou esta segunda-feira ao Rio, onde era esperado por agentes à saída do avião, e foi levado de imediato pelas autoridades.
O empresário não se escusou a falar sobre a sua viagem e sobre o processo em que está envolvido antes de aterrar no Brasil: "Estou voltando para responder à Justiça, como é meu dever". "Está na hora de eu mostrar, ajudar a passar as coisas a limpo", disse. Eike Batista negou que tenha pensado fugir para a Alemanha, uma vez que tem também nacionalidade alemã, e reiterou o que os advogados tinham a avançado sobre o facto de ter ido a Nova Iorque em trabalho.
Os projetos de Eike Batista desmoronaram-se com a queda de uma das empresas do seu grupo empresarial, a OGX que atuava no setor do petróleo, e que declarou em falência em 2013. O seu nome apareceu na semana passada no âmbito da Operação Eficiência, que é um desdobramento da Calicute, fase do mega-processo Lava Jato sobre subornos pagos por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter contratos da Petrobras.
À frente do conglomerado EBX, um grupo com atividades na área da energia (petróleo, minas, carvão), Eike Batista acumulou uma fortuna considerável que em 2012 era estimada em 10,1 mil milhões de dólares. Nessa época, o empresário era visto como uma das grandes figuras da economia brasileira, sendo que em julho de 2012, foi mesmo eleito o 21º maior brasileiro de todos os tempos num concurso realizado pela cadeia de televisão SBT.
(Notícia atualizada às 12h59)
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