O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou na sexta-feira à noite de helicóptero ao Hospital Militar Walter Reed, nos subúrbios de Washington.

Hoje, a equipa de médicos responsável pelo seu acompanhamento, encabeçada pelo seu médico pessoal, Sean Conley, fez um ponto de situação à entrada do hospital, confirmando que Trump se encontra bem.

"Nesta manhã o presidente está a recuperar muito bem", disse Conley, reforçando que Trump apenas foi hospitalizado "por precaução para providenciar monitorização e cuidados de topo de gama que seja necessário".

Dizendo-se muito feliz pelo progresso do presidente, o médico sublinhou que os sintomas de Trump estão a melhorar e que não teve febre nas últimas 24 horas nem precisou de receber oxigénio. Conley, porém, não quis arriscar uma data de alta médica para o presidente.

Trump já foi submetido a um tratamento de anticorpos experimental e está-lhe a ser administrado o medicamento remdesivir. Outro dos médicos a acompanhar o presidente, Sean N. Dooley, diz que a equipa está "a monitorizá-lo de forma próxima para detetar quaisquer complicações criadas pela doença do coronavírus ou pelas terapias que lhe estão a ser prescritas".

De resto, o presidente dos EUA "está excecionamente bem disposto" e está "extremamente grato pelo apoio e as orações", informou a equipa.

Na última madrugada, Donald Trump escreveu na sua página pessoal da rede social Twitter que, tal como a primeira-dama, Melania, tinha testado positivo com covid-19 e que iria ficar em quarentena, num anúncio que deixou o país em alerta e está a multiplicar reações em todo o mundo.

O diagnóstico e a consequente hospitalização levaram diversos chefes de Estado e governantes, entre eles Xi Jinping (China), Jair Bolsonaro (Brasil), Kim Jong-Un (Coreia do Norte), Vladimir Putin (Rússia), Angela Merkel (Alemanha) ou Marcelo Rebelo de Sousa, a expressarem os seus desejos de melhoras a Donald Trump.

Entretanto, diversos elementos do Partido Republicano próximos do presidente assumiram estar também infetados com o vírus SARS-CoV-2.

Além do chefe de Estado e da primeira dama, o diretor de campanha, Bill Stepien, a antiga conselheira Kellyanne Conway, a ex-diretora de comunicação e conselheira Hope Hicks e três senadores republicanos já confirmaram ter covid-19, com a situação a estender-se ainda a três jornalistas acreditados para trabalhar na Casa Branca.

A lista de contágios a partir da administração Trump poderá ainda aumentar nos próximos dias, já que no último sábado dezenas de convidados estiveram junto do presidente por ocasião da nomeação da juíza Amy Coney Barrett para um lugar no Supremo Tribunal. As imagens da cerimónia mostraram a maioria dos convidados sem máscara de proteção e a cumprimentarem-se com apertos de mão e abraços, sem lugar a distância social.

A um mês das eleições presidenciais, agendadas para 03 de novembro, a campanha entra num cenário de incógnita. As viagens de campanha foram canceladas face à hospitalização de Trump e até os debates com o candidato presidencial democrata, Joe Biden, ficaram em dúvida, inclusive o que opõe os candidatos à vice-presidência: o republicano Mike Pence (cujo teste à covid-19 deu negativo) e a democrata Kamala Harris.