“Para o Bloco de Esquerda, na próxima legislatura, tem de existir a coragem de aplicar o que fizemos na comissão de rendas excessivas e baixar a fatura da energia”, afirmou aos jornalistas Catarina Martins, durante uma ação de pré-campanha na Feira da Malveira, Mafra, no distrito de Lisboa.
A líder bloquista lembrou que a comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas da energia “identificou centenas de milhares de milhões de euros que estão a ser pagos a mais à EDP pelos consumidores da luz”.
Segundo Catarina Martins, “para a EDP, o crime tem compensado, porque paga as multas”, mas continua a “receber milhões de euros a mais da fatura de luz de toda a gente”.
Mais que haver multas aplicadas à EDP, Catarina Martins defendeu que “é preciso agora tirar as consequências, rever todas as tarifas que estão a ser pagas a mais, obrigar a EDP a repor no sistema elétrico aquilo que andou a cobrar a mais e com isso baixar o preço da energia para toda a gente”.
“Por mais alta que seja a multa, é sempre menor do que os milhões que está a tirar aos consumidores de energia todos os meses neste país e, portanto, o que é preciso fazer é acertar as contas, devolver aos consumidores o que andaram a pagar a mais na energia e garantir que todas as famílias e empresas paguem o preço justo pela energia, que será bem menos do que têm pago até agora”, sublinhou.
No seu programa eleitoral, o Bloco de Esquerda propõe uma descida da fatura da eletricidade para todos os portugueses e empresas, depois de, na última legislatura, ter sido criada a tarifa social, que abrange 800 mil famílias.
“É uma das medidas mais eficazes para recuperar o rendimento das famílias e a economia”, explicou, justificando que “a fatura alta” é “um dos maiores problemas” das famílias e empresas, ao “retirar-lhes rendimentos” e ao pesar nos custos que têm.
A Autoridade da Concorrência anunciou na quarta-feira que condenou a EDP Produção a pagar uma multa de 48 milhões de euros por abuso de posição dominante.
A EDP negou hoje as acusações e disse que vai recorrer da decisão por falta de sustentação factual, jurídica e económica.
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