No final, questionado pelos jornalistas sobre o frente a frente de segunda-feira à noite entre o líder da AD e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, Cavaco Silva disse só ter visto parte e não querer ser mais um comentador.
“O que tenho dito e volto a repetir é que o país precisa de uma mudança política que traga uma nova esperança, novas condições de vida e melhor futuro, em particular para os nossos jovens, e espero que isso seja protagonizado pela AD”, afirmou o antigo líder do PSD que foi primeiro-ministro entre 1985 e 1995.
Já o antigo primeiro-ministro e militante número um do PSD Francisco Pinto Balsemão viu o debate e, se alguém lhe tivesse pedido para dar notas, teria atribuído a vitória a Luís Montenegro.
“Acho que foi mais incisivo, sabe mais da matéria, está mais preparado em termos concretos”, afirmou, manifestando-se disponível para continuar a apoiar a AD até às legislativas antecipadas de 10 de março.
No lançamento do livro “40 Anos do Instituto Francisco Sá Carneiro”, da autoria da jornalista Joana Reis, da Alêtheia Editores, que decorreu no Grémio Literário, em Lisboa, marcou presença outra ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, e outras destacadas figuras do partido como Leonor Beleza, Assunção Esteves ou Carlos Carreiras.
Na sua intervenção, o presidente do PSD e líder da AD (coligação que, tal como a primeira dos anos 80 liderada por Sá Carneiro, junta PSD, CDS-PP e PPM) destacou a importância do trabalho do Instituto no trabalho de aprofundamento do conhecimento.
“Para decidir bem convém não ser imponderado, convém não ser repentista”, afirmou, em tom irónico, numa referência implícita ao seu adversário Pedro Nuno Santos.
Montenegro defendeu a qualificação das listas de candidatos a deputados da AD, considerando que esse “é o maior indício da qualificação” que pretende levar para o Governo e todos os órgãos da administração pública, se vencer as eleições, sem olhar apenas a escolhas partidárias.
“A desqualificação da ação política infelizmente foi uma marca dos últimos anos e as perspetivas não são risonhas. Nós estamos a fazer à Sá Carneiro, nós estamos a contrariar a corrente, nós estamos a assumir o encargo de fazer diferente, de fazer a diferença”, afirmou.
O líder social-democrata arriscou dizer que, se o fundador do PSD Francisco Sá Carneiro fosse vivo, “o seu maior desafio, o seu maior desígnio seria dar aos jovens portugueses uma perspetiva de que não precisam de sair de Portugal para conseguirem alcançar os seus sonhos”.
“Aquilo que hoje mais me move é olhar para as novas gerações e não ficar a contemplar as suas qualificações”, afirmou, assegurando que tentará transmitir nos próximos 19 dias de campanha eleitoral que é esta sua principal motivação.
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