António Costa falava no final da rua Augusta, em Lisboa, perante centenas de simpatizantes socialistas que tinham feito consigo a tradicional descida do Chiado e momentos antes de ter um incidente no Terreiro do Paço com um homem que o acusou de ter metido férias enquanto deflagravam os incêndios de Pedrógão Grande, em 17 de junho de 2017.

O incidente ocorreu já no final da arruada, por baixo das arcadas da Praça do Comércio, quando um homem abordou o secretário-geral do PS para o criticar "por ter gozado merecidas férias enquanto morriam pessoas" nos incêndios, com António Costa a responder "mentiroso, provocador", visivelmente exaltado.

"Temos de ter um Governo com força para assegurar quatro anos de legislatura e não um Governo para os próximos dois anos. Temos de ter um Governo com força para negociar na Europa e para continuar a garantir a esperança e a confiança no futuro de Portugal", afirmou António Costa, perante simpatizantes socialistas.

Tal como já havia dito horas antes, durante o tradicional almoço do PS na cervejaria Trindade, o líder socialista procurou afastar "fantasmas" sobre a existência de uma maioria absoluta no parlamento, insistindo que em Portugal "não há governos com mãos livres", porque há uma imprensa livre, poder judicial independente e um Presidente da República com competências próprias.

"Nunca há governos com mãos livres, mas não podemos ter governos com mãos atadas sem condições para cumprir o mandato que lhe for conferido pelo povo português", declarou no seu breve discurso em que tinha ao seu lado o presidente do PS, Carlos César, e a secretária-geral adjunta dos socialistas, Ana Catarina Mendes.

Numa mensagem que tem repetido nas últimas semanas, o líder socialista alertou para os riscos de desmobilização por sondagens que colocam o PS à frente para as eleições legislativas.

"As eleições nunca estão antecipadamente ganhas nas sondagens. As eleições só se ganham nas urnas no próximo domingo. Precisamos de mais quatro anos de estabilidade política para fazer mais e melhor do que fizemos nos últimos quatro anos", disse.