Junto a uma mesa no tradicional Café Vianna, com um grupo de senhoras que confessaram ir votar no CDS, “exceto ela”, foi com “ela” que a líder dos centristas debateu largos minutos e no fim pediu que pensasse e votasse no CDS, durante uma arruada que não estava prevista no programa de campanha distribuído aos jornalistas.

Uma e outra vez a senhora lembrava os tempos difíceis da “troika”, quando Cristas estava no Governo e uma e outra vez a líder dos centristas recordava que o responsável pela “troika” foi o PS, que agora está no poder.

“Eu lembro-me bem” desses tempos, dizia a mulher.

“E quem chamou a ‘troika’? Foi o PS, que deixou o país na bancarrota”, respondia Assunção Cristas, tentando convencer a mulher com a promessa centrista de baixar impostos, o IRS, em 15%, em média, para todos os portugueses.

“Mas não são os mesmos [governantes]”, ripostava a mulher, ao que Cristas lembrava que muitos dos atuais ministros de António Costa também estiveram no Governo de 2009 a 2011, liderado por José Sócrates.

Olhando para os jornalistas, que assistiam à conversa, a senhora dizia: “Mas se eu nunca votei no CDS, não é agora que vou…”

Ao fim de uns minutos de debate, a presidente do CDS afastou-se da mesa com um pedido - "pense bem" - ouvindo uma salva de palmas do grupo, por “ser uma mulher” presidente de um partido.

Uns 50 passos à frente, já no largo, uma mulher luso-venezuelana aproveitou para se queixar da forma como os luso-venezuelanos estão a ser acolhidos.

“Somos mal recebidos no nosso próprio país”, dizia a mulher, com um forte sotaque, falando em espanhol.

Ao lado de Cristas, o deputado e de novo candidato por Braga, Telmo Correia, explicava as posições que o partido já tinha tomado no parlamento a favor dos luso-venezuelanos que optam por regressar a Portugal e a conversa acabou com um pedido da líder: “Dêem-nos força.”

“Seguro que sí”, respondeu a mulher, em castelhano.

Para trás, ficara uma arruada breve em que Assunção Cristas e Telmo Correia distribuíram panfletos e cumprimentaram com quem se cruzavam pelo caminho.

Meia hora antes, a caravana visitou duas 'startups', na área da economia digital, no espaço GNRaction, no centro da cidade, que são “um bom exemplo” para se “mudar o perfil da economia portuguesa”.

E no terceiro dia em que uma sondagem da TVI, TSF e JN colocam o CDS em queda, a presidente desvalorizou, a exemplo do que tem feito sempre.

O resultado que lhe interessa, afirmou, “é o dia 06 de outubro”, quando se realizam as eleições legislativas e até lá promete trabalhar para explicar as propostas do seu partido, a começar pela baixa de impostos para pôr fim à “maior carga fiscal de sempre”.

Em Braga, onde um dirigente da concelhia, o ex-deputado Altino Bessa, promete não fazer campanha, a presidente do partido desvaloriza e disse que se trata de “questões pessoais”.

O dia de hoje termina com um jantar-comício em Famalicão, em que estão previstos os discursos do eurodeputado Nuno Melo, Telmo Correia e Assunção Cristas.