“Tudo iremos fazer para o voto na CDU. E quantos mais votos e mais eleitos tiver a CDU, mais garantias teremos de que um novo rumo será possível”, disse o candidato comunista quando questionado acerca da sua disponibilidade para fazer acordos com outros partidos.

Classificando as coligações e geringonças como “fatores de entretenimento, de diversão, que procuram descentrar a atenção do cidadão”, o cabeça de lista considerou que “aquilo que é essencial neste ato eleitoral é eleger deputados”.

“O que está em causa é a eleição de deputados, depois, em função da eleição de deputados, tudo o resto terá de ser analisado”, afirmou.

Edgar Silva falava aos jornalistas à margem de um almoço que teve hoje no Funchal com militantes e simpatizantes, a quem passou a mensagem de que o voto na CDU será o único “voto útil” porque a CDU é a única lista que apresenta propostas para os trabalhadores.

O candidato acusou PS, PSD e CDS-PP de estarem a promover maior precariedade e maior desigualdade social, ao terem aprovado recentemente a alteração ao Código do Trabalho.

“Por iniciativa do PS foi aprovada a alteração ao Código do Trabalho, que corresponde a um retrocesso civilizacional. Aos trabalhadores coloca-se esta questão: poderão os trabalhadores desejar uma mudança que traga maior exploração como esta que o PS impôs com a alteração ao Código de Trabalho?”, questionou.

Afirmando que o PCP propôs uma valorização dos salários, Edgar Silva lembrou que “PS, PSD e CDS votaram contra”.

O cabeça de lista da CDU considerou ainda que a Região Autónoma da Madeira “não pode estar no rumo certo quando tem o mais baixo salário do país”, afirmando que, segundo os últimos indicadores oficiais, o salário médio no arquipélago “é o mais baixo de todas as regiões de Portugal”.

“Na Madeira, o salário médio praticado é 115 euros mais baixo do que a média dos salários no resto do país”, disse.

“Uma região que tem os mais baixos salários, os mais baixos rendimento, as mais baixas pensões e reforma, isto quer dizer que temos os mais elevados níveis de desigualdade social e de injustiça social no país”, frisou o candidato.

Para Edgar Silva, essa situação é indicativa de que “é urgente um novo rumo, que valorize os salários e os rendimentos”.

As eleições regionais legislativas da Madeira decorrem em 22 de setembro, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta – com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.