Nas assembleias de voto no centro da capital da região autónoma espanhola da Catalunha: na zona da Universidade, Urgell, Bairro Gótico e Estação do Norte, visitadas pela Lusa, a votação foi mais participada durante as primeiras horas de votação, notando-se uma presença mais reduzida de eleitores ao início da tarde, situação que pode alterar-se até ao encerramento das urnas.
A nível nacional a participação, às 14:00 locais (menos uma em Lisboa) situava-se nos 37,93% em relação ao que aconteceu na votação de 28 de abril, quando a participação era de 41,49%, na mesma altura do dia.
De acordo com fontes policiais, o ato eleitoral na cidade “decorre sem incidentes” e não se nota a presença das autoridades no centro da capital ao contrário do que sucedeu no sábado.
“Praticamente não se registaram incidentes e foram-se resolvendo antes da abertura das assembleias de voto e num curto espaço de tempo”, disse o Governo Autónomo da Catalunha, através de um comunicado, no período da manhã.
No dia de reflexão, sábado, o movimento independentista “Tsunami Democrático” apelou à “desobediência civil” tendo milhares de pessoas comparecido num concerto que se prolongou até ao princípio da noite numa avenida entre a Praça da Universidade e a Praça da Catalunha.
A mobilização do “Tsunami Democrático” apela a três dias de protesto e “desobediência civil” independentistas entre segunda-feira e quarta-feira, em vários pontos da Catalunha.
No sábado, paralelamente aos concertos de protesto, realizou-se uma marcha dos Comités de Defesa da República (CDR) organizada através das redes sociais e que se dispersou após uma carga da Polícia Nacional, cerca de duas horas depois de ter começado.
As três forças independentistas catalãs esperam com expectativa o resultado das eleições até porque a Candidatura de Unidade Popular (CUP) concorre pela primeira vez à Assembleia Nacional.
Após ter votado, em Sabadell, o cabeça de lista da Esquerda Republicana da Catalunha, Gabriel Rufían, disse aos jornalistas “que é preciso combater o Estado com as urnas e a democracia”, referindo-se diretamente à sentença “repressiva” contra os condenados do Processo independentista.
A dirigente do Juntos por Catalunha (JxCat), Laura Borràs, também se pronunciou sobre as sentenças do Processo.
“Para responder à sentença da injustiça é preciso responder com democracia”, afirmou Borràs.
Ao final da manhã, o presidente da Generalitat, Joaquim Torra apelou à participação que disse ter de ser “em massa”.
“As urnas e os votos são o nosso terreno de jogo”, disse Torra após ter votado, em Barcelona.
As posições independentistas dos três partidos: ERC, JxCat e o partido Candidatura de Unidade Popular são paralelas, mas não “são convergentes” sendo que a CUP pode eventualmente retirar votos à Esquerda Republicana da Catalunha que conseguiu eleger 15 deputados nas anteriores eleições (28 de abril).
Por outro lado, Miquel Iceta, dirigente dos socialistas da Catalunha disse à Lusa que a contestação independentista catalã durante o dia de reflexão foi um ato de perturbação, mas que acabou por não ter os resultados esperados.
“Eu creio que os organizadores esperavam muito mais. Nós (PSC) nunca fomos partidários da perturbação de eleições nem do dia de reflexão, mas na verdade, tinha sido anunciada uma mobilização muito maior do que aquela que aconteceu”, disse à Lusa Miquel Iceta, primeiro secretário do Partido Socialista da Catalunha, que também apelou à participação.
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