"Estou à espera que o doutor Rui Rio responda. Não é o doutor Rui Rio que vai determinar com quem é que o candidato Mário Centeno vai debater", respondeu à Lusa, quando questionado por que motivo não iria debater com o também candidato a deputado pelo PSD Álvaro Almeida.
O também ministro das Finanças afirmou que o PSD quer implementar "já em 2020" medidas "com um custo muito elevado no Orçamento do Estado, custo esse que não é refletido nas projeções que o PSD apresenta para as receitas".
"Não podemos prometer cortar impostos num montante superior a 1.000 milhões de euros e depois ter a receita fiscal a crescer acima do PIB", argumentou o candidato a deputado pelo círculo de Lisboa.
Mário Centeno falava à Lusa à chegada a Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, onde participou numa ação de campanha do PS.
Segundo Mário Centeno, no cenário do PSD estão previstos 2.000 milhões de euros de aumento de receita em 2020, que correspondem a um aumento de 3% de receita fiscal.
"Estes números é suposto já refletirem o corte de impostos que o PSD propõe para 2020, que levaria, se fossem incluídos, o aumento da receita total próxima dos 6%. Não há nenhum modelo para a economia portuguesa que possa sustentar um crescimento da receita fiscal próxima dos 6%", asseverou o ministro das Finanças.
Mário Centeno acusou o PSD de propor "um programa eleitoral que não está financiado", e de já em 2020 não ter "dinheiro para pagar as promessas que faz".
"Não é ao centro que o líder do PSD está a falar. O líder do PSD está a falar de um cenário radical, de propostas sem nenhum fundamento do ponto de vista financeiro, e que já em 2020 levariam o país para uma derrapagem orçamental".
Já o programa do PS, de acordo com Centeno, está "ancorado no Programa de Estabilidade", o documento orçamental de 2019 "mais escrutinado por todos", como o parlamento, a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), o Conselho das Finanças Públicas e a Comissão Europeia.
Na segunda-feira, o ministro Mário Centeno, candidato a deputado pelo PS, mostrou-se disponível para debater com o presidente do PSD, Rui Rio, as previsões macroeconómicas dos programas eleitorais dos dois partidos, e disse que o PSD tinha 4.750 milhões de euros por explicar no seu programa eleitoral.
No mesmo dia, Joaquim Miranda Sarmento, mandatário do PSD para as legislativas, disse à Lusa que os três riscos apontados por Mário Centeno nos cálculos do programa eleitoral do PSD [na receita, na despesa e no crescimento económico] foram um 'fait-divers' sem sustentação para que se fale menos de Tancos.
Joaquim Miranda Sarmento disse também que o professor Álvaro Almeida está disponível para debater com Mário Centeno, que exige fazê-lo com um candidato a deputado.
(Notícia atualizada às 21h04)
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