A campanha eleitoral começa oficialmente na Madeira no domingo e fica marcada pelo facto de, pela primeira vez, um bispo do Funchal, Nuno Brás, ter apelado aos partidos que não utilizarem os adros da igrejas para “fazer comícios com megafones”.

Os partidos mais pequenos já declararam que, devido aos parcos orçamentos, vão fazer campanha “de proximidade e nas redes sociais”, porque não pretendem “ficar endividados” em caso de não conseguirem ser eleitos.

Mas já existe muito material de propaganda espalhado pela ilha e algumas das 17 candidaturas apostaram em cartazes com imagens dos seus candidatos.

Percorrendo o Funchal, constatamos que a propaganda está sobretudo afixada nas pontes que atravessam a cidade e, em alguns casos, os principais adversários políticos, nomeadamente Miguel Albuquerque (PSD) e Paulo Cafôfo (PS), têm as imagens colocadas lado a lado.

Nas pontes do Funchal, várias forças partidárias colocaram cartazes, mas as pessoas atravessam-nas indiferentes às imagens.

O CDS tem grandes cartazes azuis com a imagem do seu candidato, Rui Barreto, que diz à população que “este é o momento” de o partido chegar mais longe.

O mesmo acontece com o PS madeirense, que utiliza dois tipos de cartazes, num dos quais se vê o seu cabeça de lista, Paulo Cafôfo, sobre um fundo com as cores da bandeira da Madeira (azul e amarelo), a apontar aos eleitores e a dizer que é preciso “coragem para mudar”.

Fonte da candidatura socialista disse à agência Lusa que o material da campanha do partido, em termos de cartazes, “já está todo na rua”.

Quanto ao PSD, está apostado em anunciar que o Governo Regional social-democrata cumpriu “tudo o que prometeu” aos madeirenses nesta legislatura.

Para o efeito colocou dois tipos de cartazes, uns com uma foto do líder, Miguel Albuquerque, com o mote “cumprir no rumo certo” e noutros, cor de laranja, o partido enuncia diferentes promessas cumpridas.

Entre estas pode ler-se “passes sociais mais baratos”, “menos carga fiscal para famílias e empresas”, “redução de 40% nas mensalidades das creches públicas e privadas”, “mais 18 mil empregos criados”, “58 milhões investidos na habitação” e “apoio de 38 milhões de euros a mais de 13 mil agricultores”.

Fonte do PSD/Madeira adiantou à Lusa que a colocação de material de propaganda se vai “intensificar”.

Com algum humor à mistura, o PTP tem diferentes imagens afixadas da cabeça de lista, Raquel Coelho, aparecendo numa delas com dois cães ao colo e afirmando: “juntos vamos ‘caçar’ a rataria’ e noutra apela “vote em quem o defende”.

Num outro cartaz, acompanhada por outros candidatos do PTP, fala em “acabar com a máfia”, no bom sentido.

O PDR, que concorre numa lista encabeçada por Filipe Rebelo, tem colocados apenas alguns cartazes, onde o candidato aparece tendo a baía do Funchal como fundo, defendendo “uma política de inclusão”.

A CDU (PCP/PEV) colou diferentes cartazes, uns com a foto do principal candidato, Edgar Silva, e outros onde este surge junto a outros elementos da lista, nomeadamente Silvia Vasconcelos e Ricardo Lume, porque o partido tem o compromisso da rotatividade na Assembleia da Madeira, usando o mote “o voto que conta”.

O mesmo acontece com o BE, em que o candidato Paulino Ascensão apela a “mais Bloco, melhor futuro” e noutra imagem, junto com os restantes elementos da candidatura defende uma “Madeira para todos”.

A propaganda do JPP ainda é pouco visível, mas num dos cartazes o partido defende o complemento de pensão para os reformados e pensionistas.

Concorrem às eleições regionais de 22 de setembro 17 listas: PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e R.I.R.