"Dar dignidade, trabalhar com mais ética: essa é a nossa missão, que é hercúlea, mas possível de concretizar", afirmou em entrevista à agência Lusa, sublinhando que, para a Madeira se desenvolver, tem de funcionar em "livre mercado" e "não pode haver empresários protegidos pelo sistema político".

Raquel Coelho disse que o objetivo do PTP nas eleições de 22 de setembro é colocar os recursos da região ao serviço dos madeirenses e porto-santenses, defendendo os direitos dos trabalhadores e ajudando os "eternos esquecidos da política regional": os reformados e pensionistas.

"Obviamente que esperamos manter e reforçar a representação parlamentar", salientou a candidata, realçando que o PTP se assume como uma "força decisiva" para fazer a defesa do povo do arquipélago.

O partido conta atualmente com um deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, a própria Raquel Coelho, num total de 47, sendo a maioria - 24 - do PSD.

"Se houver um conjunto de partidos que tenha no seu programa de governo políticas que vão ao encontro do nosso programa, nós temos é mais que apoiar", disse a candidata, vincando que não se pode "comprometer mais do que isto" em relação a possíveis coligações.

Raquel Coelho alertou, no entanto, para a "falta de determinação e coragem" dos partidos do arco do poder em romper com os "vícios do passado", considerando que a região foi "capturada por interesses privados" nos últimos quarenta anos.

"Interesses estes que gravitam em torno dos três grandes partidos da região - PSD, CDS, PS - e são forças e grupos económicos que basicamente enriqueceram à conta do orçamento regional, com o empobrecimento das famílias da Região Autónoma da Madeira", declarou.

A candidata trabalhista entende que a falta de "coragem política" para pôr cobro a esta situação resultou num "clima de festa permanente", em que os poderes instituídos procuraram ludibriar os madeirenses com a realização de espetáculos durante todo o ano, que custam milhões de euros ao erário público.

Raquel Coelho tem 31 anos e é licenciada em Gestão de Empresas. É filha do ex-presidente do PTP José Manuel Coelho, recentemente condenado em tribunal a três anos e meio de prisão efetiva por crimes de difamação agravada e desobediência.

José Manuel Coelho é o quinto na lista de candidatos ao parlamento regional e será, por outro lado, o cabeça de lista do PTP pelo círculo da Madeira às eleições legislativas nacionais de 06 de outubro.

"Aquilo que têm feito com ele é inaceitável e não há ninguém, que eu tenha tido a possibilidade de abordar, que concorde com a ignominiosa e horrível condenação a uma pena de cadeia de três anos e meio", disse a candidata, advertindo que, por isso, os partidos próximos do poder judicial podem ser prejudicados nos resultados eleitorais, uma vez que "os madeirenses não gostam de injustiças".