“A época de campanha eleitoral no Brasil vai aquecer nos próximos meses, diminuindo a possibilidade de avanços em legislação importante e aumentando o risco de volatilidade no sentimento dos investidores”, lê-se na mais recente análise de risco político.

No comentário, enviado aos investidores e que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que “a competição entre vários candidatos de centro-direita relativamente fracos aumenta o risco de os candidatos contrários às reformas avançarem para a segunda volta”.

Os candidatos populistas, acrescenta a nota, “vão dominar o discurso público e deverão ter um efeito prolongado na definição das políticas públicas a seguir às eleições”.

Ainda assim, a consultora espera uma melhoria da economia brasileira já este ano: “A recuperação económica do Brasil vai acelerar em 2018, liderada pelo aumento do consumo privado e do investimento”, afirmam os analistas.

“Melhorámos a nossa previsão de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] de 2% para 2,5% devido ao aumento da confiança dos investidores e dos consumidores”, acrescenta a nota, que dá conta de que, ainda assim, as eleições de outubro podem dificultar a recuperação.

“No entanto, continuamos a esperar que as eleições nacionais de outubro vão colocar dificuldades ao investimento, já que vão gerar incerteza sobre a direção política do país”, dizem os analistas.

A reforma do sistema de pensões, “que na prática foi suspenso devido à aproximação da campanha para as eleições”, e a grande popularidade do antigo Presidente ‘Lula’ da Silva, que promete reverter alguma das mais importantes medidas tomadas por Michel Temer, são dois dos pontos elencados pelos analistas para sustentar que “o sentimento contra os poderes instalados vai tornar difícil a realização de campanhas competitivas” que tragam confiança aos investidores.

A revisão em alta da previsão de crescimento económico feita por esta unidade de análise, que pertence ao mesmo grupo da agência de ‘rating’ Fitch, fica mais em linha com o consenso dos economistas ouvidos pela agência de informação financeira Bloomberg, que antecipam um crescimento económico de 2,6%.

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