"Apesar da melhoria, o seu estado [de saúde] é ainda de absoluto desconforto para se submeter a uma situação de alto stress sem nenhum motivo", informou em conferência de imprensa no Rio de Janeiro o presidente do Partido Social Liberal (PSL), Gustavo Bebbiano.

Bolsonaro, que aparece nas sondagens como o grande favorito para a segunda volta, continua a recuperar-se da facada que levou no início de setembro durante um comício.

Na manhã desta quinta-feira, o cirurgião Antônio Luiz Macedo, chefe da equipa que o operou no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, assegurou à Agência Brasil que, do ponto de vista médico, o candidato pode participar dos debates se assim o desejar, mas com certas limitações.

O ataque manteve-o por três semanas no hospital e ao sair Bolsonaro concentrou a sua campanha nas redes sociais, sem participar dos primeiros debates previstos para a segunda volta, apesar de Haddad tê-lo desafiado a comparecer.

O capitão apresentou atestados médicos, embora na semana passada tenha admitido que por "razões estratégicas" não compareceria a nenhum dos debates que restam.

Bolsonaro lidera com folga as intenções de voto para a segunda volta. A última sondagem do Ibope, publicada na segunda-feira, dá-lhe 59% do apoio, frente os 41% para o candidato do PT.

"Como já disse o candidato Bolsonaro: quem discute com poste é bêbado", acrescentou Bebbiano.

Bolsonaro refere-se a Haddad como o poste de Luiz Inácio Lula da Silva, em referência à expressão popular que diz que o carisma do ex-presidente preso poderia, inclusive, fazer eleger um pedaço de madeira.

Na semana passada, Haddad disse-se disposto a ir "até à enfermaria" para debater publicamente com seu adversário.