“Estamos a falar de um lugar no pódio. Isso só mostra o estado de descontentamento do nosso povo e em como perceberam a mensagem do Chega”, afirmou Carlos Furtado, em declarações à agência Lusa num hotel de Ponta Delgada, onde o partido está a acompanhar a noite eleitoral.

Segundo uma projeção à boca das urnas realizada hoje pela Universidade Católica para a RTP, o Chega consegue 3% a 6% dos votos e um a três deputados, os mesmos valores projetados para o CDS, a atual terceira força partidária na região.

O PS obtém entre 37% e 41%, elegendo entre 26 e 30 dos 57 deputados do parlamento dos Açores, estando assim em risco a renovação da maioria absoluta, para a qual são necessários 29 deputados.

O PSD fica entre 32% e 36% dos votos, elegendo 19 a 22 deputados.

Perante estas projeções, Carlos Furtado, que é cabeça de lista pelo círculo da ilha de São Miguel, afirmou manter a expectativa de que o partido seja a terceira força partidária da região, o objetivo traçado durante a campanha eleitoral.

“Não é normal em democracia e em política um partido entrar diretamente para o terceiro lugar da classificação”, acrescentou, adivinhando uma “disputa” com o CDS pelo terceiro lugar do pódio, durante a noite eleitoral.

O líder nacional do Chega, André Ventura, encontra-se também a acompanhar a noite eleitoral no mesmo hotel de Ponta Delgada, mas ainda não desceu à sala onde militantes e apoiantes acompanham os resultados.

As legislativas dos Açores decorreram com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.

O Chega concorre pela primeira vez às eleições legislativas regionais dos Açores.

Estavam inscritos para votar 228.999 eleitores.

No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.