Num texto publicado na imprensa regional, intitulado “Bolieiro, negociador exímio”, Mota Amaral assegurou ter lido “atentamente” os acordos firmados entre os partidos de direita que irão suportar o próximo Governo Regional, liderado pelo PSD/Açores.
“Estudei atentamente os textos em causa e nada deles me surpreendeu negativamente. Antes pelo contrário: convenceram-me que José Manuel Bolieiro tem direito a ser reconhecido como um exímio negociador!”, lê-se no artigo.
O presidente honorário do PSD/Açores considerou que o acordo de governo firmado entre sociais-democratas, CDS-PP e PPM tem um “conteúdo programático bem claro” e, ao ser válido para duas legislaturas, torna-se “essencial para enfrentar a crise existente e promover a aceleração do processo de desenvolvimento” da região.
Sobre o acordo entre PSD, CDS-PP e PPM com o Chega, Mota Amaral destaca que o documento se inicia com o compromisso de uma “firme adesão” à constituição e à declaração universal dos direitos humanos.
“Fica claro o compromisso de assegurar a estabilidade governativa, durante a legislatura a iniciar. A Bolieiro, negociador do acordo, por ter curado de nele incluir a referida proclamação [sobre direitos humanos] – chapeau!”, escreve.
Para Mota Amaral, o acordo firmado demonstra que o Chega/Açores aderiu aos “grandes princípios que regem os regimes democráticos" e que permitem "a correção das injustiças e dos meles derivados por desvios de poder”.
Sobre o compromisso com a IL, o antigo líder do Governo Regional entre 1976 e 1995 refere que não existem “compromissos de garantia de estabilidade governativa no período da legislatura, talvez por serem óbvios” devido à calendarização de propostas contidas no acordo.
“Temos, portanto, um quadro político definido por negociações realizadas nos Açores e entre açorianos. As tentativas de interferência por entidades externas soçobraram e até caíram no ridículo, apesar da habitual gula dos media”, defende.
Mota Amaral disse ainda lamentar “ver, ouvir e ler pessoas” que querem sentenciar o futuro da região quando “habitualmente ignoram” os Açores e “não querem saber para nada” dos problemas do arquipélago.
“Os Açores são uma região autónoma, com vida política própria, onde têm de imperar as livres opções dos legítimos representantes democráticos do povo açoriano. Metam-se na sua vida e deixem-nos em paz!”, conclui.
O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado recentemente presidente do Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.
O PS venceu as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, alcançando 25 dos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, anunciaram um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).
Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, número necessário para atingir a maioria absoluta.
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