O último debate televisivo antes das eleições de 06 de outubro, realizado na segunda-feira à noite na RTP, entre os seis líderes partidários com assento parlamentar ficou marcado por um momento de tensão entre Catarina Martina e António Costa sobre a formação da atual solução política governativa, a chamada ‘geringonça’, e um outro entre o secretário-geral do PS e Assunção Cristas, que a comparou ao presidente norte-americano, a propósito dos impostos sobre os combustíveis.
Logo ao início da manhã de hoje, à porta da estação fluvial do Barreiro, distrito de Setúbal, a líder do CDS-PP devolveu as acusações e comparações com Donal Trump: “Não estou nada preocupada com essas acusações e, de resto, devolvo-as aos parceiros deste governo, o Bloco de Esquerda e o PCP, que aprovaram na generalidade a proposta do CDS para retirar a sobretaxa sobre o ISP”.
Também no distrito de Setúbal esteve o secretário-geral do PS e a meio de uma viagem de comboio entre as estações ferroviárias de Coina e do Pragal (Almada), afirmou que se recusa a alimentar uma polémica com o Bloco de Esquerda sobre a formação da atual solução política governativa e frisou que só fala de reuniões públicas.
No debate, Catarina Martins falou da existência de uma reunião informal entre as direções do PS e do BE, em 04 de outubro de 2015, antes da reunião formal entre o PS e o PCP.
Com essa nota, Catarina Martins pretendeu fundamentar a sua acusação de que António Costa estará a reescrever a história da formação da atual solução política ao passar a ideia que o Bloco de Esquerda só alinhou nela após o PCP ter entrado.
"Tenho por hábito nunca falar em público das reuniões que não acontecem, nem das reuniões que acontecem e que não são públicas. É uma regra que tenho e que tenho vivido bem com ela", respondeu António Costa, acrescentando que só fala "dos assuntos que fazem parte das agendas públicas".
No Entroncamento e à margem de uma visita às oficinas da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, considerou a tensão do debate televisivo entre BE e PS uma perda de tempo com "questões laterais", desvalorizando a tentativa da coordenadora bloquista de deixar o líder socialista KO ("knock-out").
A coordenadora do BE, que hoje assina no Expresso um artigo para responder ao socialista Manuel Alegre, acusou o PS de ter reescrito "um pouco a história destes quatro anos com factos que não correspondem à verdade", considerando que para continuar o trabalho é bom que as pontes "nunca se queimem".
"As eleições fazem-se sempre de balanços do que foi feito e dos caminhos que se querem trilhar e, na verdade, nas últimas semanas, o PS reescreveu um pouco a história destes quatro anos com factos que não correspondem à verdade", acusou Catarina Martins, que hoje de manhã visitou os Bombeiros Voluntários da Marinha Grande, distrito de Leiria.
Já o presidente do PSD, num almoço com empresários em Setúbal, retomou parte dos temas dos debates de segunda-feira com o líder do PS, onde ambos trocaram argumentos sobre o melhor modelo económico para o país e discutiram quem tinha “o melhor Centeno” nas finanças.
Rui Rio desafiou o ministro das Finanças, Mário Centeno, a aceitar debater com o seu porta-voz para as Finanças, Joaquim Sarmento, as contas e modelos económicos dos dois partidos, depois do convite feito pela Antena 1.
Numa ação de campanha em frente ao hospital de Santa Maria, em Lisboa, o líder do Movimento Alternativa Socialista (MAS), Gil Garcia, defendeu que os gastos no Serviço Nacional de Saúde por parte do Governo do PS apoiado pelo BE e PCP foram "trocos" que ficaram "aquém" das necessidades.
Já a cabeça de lista do Livre pelo círculo de Lisboa, Joacine Katar Moreira, admitiu a disponibilidade para formar governo com o PS, durante uma visita à Batoto Yetu, Associação Cultural e Juvenil que trabalha com jovens e crianças interessados na cultura africana, no bairro de Marvila, em Lisboa.
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