Num almoço com empresários em Setúbal, Rio retomou parte dos temas dos debates de segunda-feira com o líder do PS, António Costa, onde ambos trocaram argumentos sobre o melhor modelo económico para o país e discutiram quem tinha “o melhor Centeno” nas finanças.
“Nos dois debates de ontem [segunda-feira], houve uma troca de números que ninguém no país entendeu bem, penso que era essa a intenção do dr. António Costa”, ironizou Rio.
O líder do PSD saudou, depois, que a Antena 1 tenha convidado Sarmento e Centeno para um debate sobre matéria económica, que o porta-voz social-democrata para as Finanças Públicas já aceitou, e lançou um desafio.
“O professor Joaquim Sarmento já disse que sim. Se o Dr. António Costa tem tanta segurança naquilo que foram os números que jogou para cima da mesa, seguramente que o seu Joaquim Sarmento – que se chama Mário Centeno - aceitará debater esses números”, considerou.
Rio defendeu mesmo que, depois de fechado o período de debates políticos, “fazer um ou outro debate técnico também ajuda a uma campanha eleitoral mais elevada”.
Num almoço para poucas dezenas de pessoas – que será uma aposta da campanha do PSD para “facilitar a comunicação”, como justificou Rui Rio -, o presidente social-democrata voltou a apontar que o modelo económico que defende para o país passa por políticas públicas para as empresas e no crescimento assente nas exportações.
“Por isso, da redução fiscal que propomos, metade é para as empresas - metade é para o futuro - e a outra metade para o presente, que é para as famílias”, justificou.
Rio avisou que apesar de “a carga fiscal ser a maior de sempre em Portugal”, o PSD não propõe uma “redução brutal”.
“Ninguém está aqui para vender banha da cobra”, frisou, assegurando que a redução será feita “à medida que a economia o suporta”.
Em relação à despesa corrente, o presidente do PSD apenas prometeu que irá subir menos, e defendeu uma perspetiva “não liberal, mas social-democrata do Estado”.
“Se o PSD for Governo, os ministros da Economia e das Finanças terão de ouvir mesmo os empresários”, avisou.
Em resposta uma pergunta da audiência sobre a importância do ambiente e do ordenamento do território, Rio considerou que a atual campanha representou “um virar de página”.
“Não há nenhum partido que depois desta campanha tenha coragem de não colocar a componente ambiental na primeira fila”, defendeu.
Antes, o cabeça de lista do PSD por Setúbal, o vereador Nuno Carvalho – uma das apostas do líder social-democrata em novos rostos - defendeu que “Portugal precisa de Rui Rio como primeiro-ministro”.
“Sem economia vibrante, sem capacidade estratégica não teremos o Portugal de que o país precisa”, afirmou.
Ao lado de Rui Rio, ao almoço, estava o número dois da lista por Setúbal e líder parlamentar, Fernando Negrão, numa iniciativa onde também marcou presença o líder da distrital social-democrata, Bruno Vitorino, que ficou fora das listas de candidatos a deputados.
Em 2015, a coligação PSD/CDS-PP ficou em segundo lugar em Setúbal, atrás do PS, e elegeu cinco dos 18 deputados deste círculo, quatro dos quais sociais-democratas: Maria Luís Albuquerque, Bruno Vitorino, Maria das Mercês Borges e Pedro do Ó Ramos (nenhum deles integra este ano as listas).
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