“Não acreditamos que Luís Montenegro falte a um compromisso previamente assumido há semanas, trate de maneira diferente partidos democráticos e não tenha tido sequer a cortesia de informar o Livre ou Rui Tavares. Desistir de debater é sempre uma derrota maior que um debate mal sucedido”, lê-se numa nota enviada pelo partido à Lusa.

A Aliança Democrática afirmou hoje que indicou “desde a primeira conversa” com os canais de televisão que seria o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, a representar a coligação nos debates com o Livre e a CDU, “à semelhança do que aconteceu em 2015”.

Para o Livre, “este é um péssimo sinal para quem almeja ser primeiro-ministro de Portugal”.

“Os debates existem para o esclarecimento dos cidadãos, pelo que Rui Tavares não faltará ao respeito para com os cidadãos que querem ser esclarecidos e esperamos que esta situação não passe de um mal-entendido”, lê-se na nota.

De qualquer forma, continua o texto, “Rui Tavares manifesta desde já a sua disponibilidade para alterar a hora, o dia ou o local do debate de forma a que este seja mais compatível com a agenda de Luís Montenegro”.

Na rede social ‘X’ (antigo ‘Twitter’), Rui Tavares acusou o presidente do PSD de “desrespeito para com os eleitores” face a esta decisão, que foi igualmente criticada pelo PCP que acusou Luís Montenegro de querer “fugir ao debate” com Paulo Raimundo, agendado para este sábado na RTP-1.

O debate entre Livre e a Aliança Democrática está agendado para dia 17 de fevereiro, na TVI.

Contactado hoje pela Lusa, o diretor de campanha da AD, Pedro Esteves, referiu numa declaração escrita que “a Aliança Democrática e o seu líder não têm medo de debater com ninguém”.

Porém, o diretor de campanha da AD esclareceu que, “tal como acertado desde a primeira conversa com o representante dos canais de televisão, a coligação AD faz-se representar em todos os debates pelo presidente do PSD, com exceção daqueles que opõem a AD ao Livre e à CDU, onde a representação da coligação Aliança Democrática ficará a cargo do Presidente do CDS, à semelhança do que aconteceu em 2015”.

Entretanto, a RTP, a TVI e a SIC mostraram-se surpreendidas com a intenção da Aliança Democrática (AD) substituir Luís Montenegro (PSD) por Nuno Melo (CDS) nos debates televisivos e garantem que modelo proposto se mantém “nos exatos termos”.

Num comunicado divulgado hoje, as televisões explicaram que a proposta de debates foi sempre dirigida aos lideres partidários com assento parlamentar, o que decorre de uma aceitação por parte da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), indicando que esta situação foi exposta aos partidos na mesma altura em que os convites foram endereçados.

Ainda assim, em 22 de dezembro, o representante do PSD contactou as televisões a informar que a AD poderia decidir enviar o líder do CDS a alguns debates, tal como tinha acontecido em 2015.

O representante das três televisões tomou nota desta vontade, “mas explicou que isso poderia levar a reações de outros partidos, que inviabilizariam o modelo”.

Para além disso, as televisões defendem não existir paralelo com 2015, uma vez que na altura o CDS tinha uma bancada parlamentar e o seu líder era vice-primeiro ministro.

“No email que foi posteriormente enviado pelas televisões, os termos dos convites e dos debates ficaram perfeitamente explícitos, reforçados e aceites”, vincaram.