Depois de 13 dias em que caravanas dos vários partidos percorreram o país, o PS e o PSD realizaram hoje a tradicional descida do Chiado, momento que ficou marcado para os socialistas quando António Costa se exaltou com um homem que o acusou de ter metido férias durante o incêndio de Pedrógão Grande em 2017.

Sobre este incidente, o secretário-geral do PS acusou a "direita" de ter "plantado" um homem no final da arruada socialista para o "caluniar".

Em resposta, o presidente do PSD rejeitou e considerou não ser "minimamente admissível" a acusação de António Costa.

"Relativamente ao episódio prefiro não comentar, apenas lamentar o facto de o dr. António Costa ter dito que a direita - estava a referir-se ao PSD, o PSD não é de direita, mas era isso que estava a dizer - isso é que eu não acho minimamente admissível", reagiu Rui Rio.

Antes da arruada na baixa lisboeta, o presidente do PSD almoçou com agentes culturais, no parque Mayer, e admitiu que “pode ganhar ou pode perder” as eleições de domingo, e defendeu que “o povo é quem mais ordena” e "vota sempre bem”.

No tradicional almoço da Trindade, em que estiveram presentes figuras de referência dos socialistas, como o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, e o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, o secretário-geral do partido afastou fantasmas de maioria absoluta, dizendo que não há executivos de mãos livres na democracia portuguesa, mas avisou para os riscos de um governo com mãos atadas.

O CDS-PP, que cancelou a agenda de campanha a partir das 15:00 de hoje, devido à morte do fundador, Diogo Freitas do Amaral, contou com a presença do ex-líder Paulo Portas, que num almoço em Setúbal, defendeu que é preciso “travar” a arrogância do PS e apelou à concentração dos votos no partido para “somar” deputados no parlamento e formar uma maioria de centro direita.

Também a líder centrista, Assunção Cristas, fez um apelo à união no partido, de “todos os que um dia já votaram no CDS”, aos insatisfeitos a darem-lhe apoio nas legislativas e ajudarem a dar uma “surpresa” no domingo.

Já o secretário-geral comunista, que hoje andou pelo distrito do Porto, afirmou ser cedo para estar a fazer contas, com base nas sondagens para as eleições legislativas de domingo, mas admitiu dialogar com o PS e outros partidos, a partir de segunda-feira, conforme os resultados.

Jerónimo de Sousa alertou também contra um eventual Governo PS de "mãos totalmente livres", com a possível maioria absoluta.

Durante uma ação de campanha na Cidade Universitária, em Lisboa, o porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza afirmou que não está no horizonte do PAN fazer parte de uma solução governativa, considerando ainda "difícil" que haja conversações com o PS, face à distância das posições dos dois partidos.

Poe Setúbal esteve o Bloco de Esquerda onde fez uma arruada ao fim da tarde.

A cabeça de lista do Livre por Lisboa nas eleições legislativas afirmou que é preciso "evitar que haja Bolsonaros" no parlamento, comparando André Ventura, do Chega, ao Presidente brasileiro.

Enquanto o líder do R.I.R. manifestou-se convicto de que vai eleger deputados para “colocar o povo na frente”, o Iniciativa Liberal afirmou que recusa fazer coligações com PS e PSD que são “ideologicamente muito próximos”.