"Permaneci em silêncio toda a minha vida", disse Reinhold Hanning ao tribunal que o julga na cidade de Detmold, mais de 70 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
"Sinto vergonha por ter deixado que esta injustiça acontecesse e de não ter feito nada para evitá-la. Lamento sinceramente", afirmou Reinhold Hanning, que trabalhou do início de 1942 a junho de 1943 no campo de extermínio mais famoso do genocídio nazi.
Hanning entrou com 18 anos nas Waffen SS, e combateu nos Balcãs e depois na fronte russa, até ser transferido para Auschwitz. Membro da unidade SS Totenkopf, permaneceu no campo de base Auschwitz-I, e supervisionou algumas vezes as chegadas a Birkenau (Auschwitz-II).
Segundo a agência alemã DPA, no décimo terceiro dia de julgamento, o acusado, que sempre se tinha mantido em silêncio, lamentou o seu envolvimento com uma organização criminosa responsável pela morte de inúmeras pessoas.
Os seus advogados leram perante o tribunal um texto de 23 páginas sobre a juventude e o envolvimento do seu cliente com as SS. Nesse texto, Hanning reconhece ter tido conhecimento das execuções em massa realizadas em Auschwitz.
O texto retrata o acusado como um jovem que não pôde fazer nada para impedir a sua incorporação nas SS. "Auschwitz foi um pesadelo. Nunca quis ter estado ali", conclui o texto.
Hanning enfrenta entre 2 e 15 anos de prisão, uma condenação meramente simbólica, tendo em conta a sua idade avançada.
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