Como tem acontecido todas as quintas-feiras, o Governo reúne-se hoje em Conselho de Ministros para discutir novas medidas de combate à pandemia, e uma coisa parece certa: é mais provável haver agravamentos do que alívios.
Ontem batemos um novo patamar na quarta vaga, chegando a mais de 3000 casos de infeções por Covid-19 registadas. Neste momento, a incidência é tão elevada que rebentou a escala da matriz de risco, que teve de ser alargada.
O Governo, além dos já habituais pedidos de cautela à população, apela também à calma. Marta Temido não só defendeu ontem na Assembleia da República que a atual matriz de risco ainda tem utilidade nesta fase, como reforçou aquilo que Marcelo tem dito cada vez que se pronuncia em público: há um aumento de casos, sim, mas a vacinação tem prevenido o pior.
Esta quarta, porém, foram oito os óbitos registados — não havia assim tantas mortes desde 14 de abril — e este dado será certamente levado em conta. Apesar de Marta Temido defender que é através da vacinação que o Governo pretende concentrar esforços para combater a pandemia, deixou escapar que há sempre a possibilidade de agravar medidas.
Na última quinta-feira, o Governo identificou 45 concelhos em risco elevado ou muito elevado de incidência de covid-19; a estes, não só foram aplicadas restrições — como, por exemplo, o fecho da restauração a partir das 15:30 ao fim de semana — como passou a aplicar-se uma proibição de circulação na via pública a partir das 23:00 e até às 05:00. Além disso, foi mantida a proibição de entrada ou saída da Área Metropolitana de Lisboa ao fim de semana.
Desta vez, a questão não parece incidir tanto em novas medidas e sim em quais concelhos vão passar a estar no mesmo patamar de restrições de Lisboa, ou seja, os 26 que estavam no nível de risco elevado podem vir a ser reavaliados em risco muito elevado. Além disso, os 21 concelhos colocados em situação de alerta podem também ver o seu nível agravado.
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