Segundo a “Análise do Setor das Atividades de Informação e Comunicação” do BdP, que avalia a situação económica e financeira da atividade entre 2011 e 2016, em 2015 existiam 11 mil empresas no setor, cuja relevância se manteve “relativamente inalterada” face a 2011 e apenas registou um aumento de 0,6 pontos percentuais (p.p.) em termos de pessoas ao serviço.
De acordo com as conclusões do trabalho, entre 2011 e 2015 o número de empresas que iniciou atividade no setor foi superior ao número de encerramentos (por cada unidade que cessou atividade foram criadas 1,5 novas empresas), o que se traduziu num aumento de 18% face a 2011 no número de empresas em atividade.
Dos segmentos de atividade que compõem o setor das atividades de informação e comunicação, as ‘tecnologias de informação’ destacavam-se ao representarem 62% das empresas e 56% do número de pessoas ao serviço.
Contudo, as ‘telecomunicações’, representativas de 6% das empresas, detinham a maior parcela do volume de negócios do setor (4%).
Apesar de 90% das empresas do setor serem microempresas, os 0,5% de grandes unidades agregavam 63% do volume de negócios e 41% do número de pessoas ao serviço do setor. Já as pequenas e médias empresas representavam 9% do número de empresas, 29% do volume de negócios e 39% do número de pessoas ao serviço do setor.
Segundo o BdP, quase metade (47%) das empresas de informação e comunicação estavam sediadas no distrito de Lisboa, que nesse ano agregava 81% do volume de negócios e 67% do emprego do setor.
O estudo conclui que o mercado externo tem impulsionado a evolução do volume de negócios do setor, que após ter vindo a recuar nos últimos anos aumentou 0,3% no ano passado impulsionado “de forma sistemática” pelo mercado externo.
Em 2015, 17% da faturação da atividade teve origem no mercado externo, mais 7 p.p. do que em 2011, e foi no ano passado que, pela primeira vez no período analisado, o contributo positivo das exportações para a evolução do volume de negócios do setor (2,2 p.p.) compensou a contração do mercado interno (contributo negativo em 1,9 p.p.).
A este propósito, o BdP nota que “o contributo do mercado interno, embora negativo, demonstra uma tendência de recuperação ao longo do período 2011-2015”.
De acordo com o trabalho, a evolução do volume de negócios em 2015 “foi determinada pelo contributo positivo dos ‘media’” (1,3 p.p., associados a um crescimento de 7%), tendo os contributos dos restantes segmentos de atividade sido negativos (redução de 1% dos respetivos volumes de negócios).
Por classes de dimensão, a faturação das PME e das microempresas aumentou 2% e 1% em 2015, respetivamente, enquanto a das grandes empresas diminuiu 1%.
O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) do setor manteve-se em 2015 ao mesmo nível de 2013, após ter caído em 2014 devido a operações de fusão e aquisição, tendo aumentado em 52% das empresas (mais 4 p.p. do que em 2011) e, no caso das grandes empresas, tendo crescido em 61% das unidades.
Em 2015 face a 2011 observou-se uma redução da autonomia financeira no setor de 45% para 19%, atribuída às já referidas operações de fusão e aquisição em 2014, sendo a autonomia financeira média inferior nas grandes empresas (14%), embora metade registasse autonomias financeiras superiores a 3%.
O passivo do setor diminuiu 7% em 2015, “acompanhando de forma mais pronunciada a tendência do total das empresas”, representando a dívida remunerada 59% deste passivo.
No que respeita aos indicadores de incumprimento, o rácio de crédito vencido do setor situou-se, ao longo do período analisado, num nível inferior ao registado pelo total das empresas, estando em junho de 2016 em incumprimento 8,9% do crédito concedido ao setor, menos 0,8 p.p. do que no final de 2015.
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