Numa nota publicada na página oficial do Facebook a embaixada da Rússia em Lisboa considera ainda que “o ruído levantado” sobre a transferência não autorizada de dados para a Rússia e embaixada russa “é construído no desejo dos ditos ativistas de se exercitarem na autodisciplina através da politização de tudo”.
“Estamos bem cientes de como as autoridades portuguesas cuidam dos dados pessoais. No que diz respeito ao ruído levantado neste terreno, sem dúvida é construído no desejo dos ditos ativistas de exercitarem-se na autodisciplina através da politização de tudo”, lê-se na página do Facebook da embaixada da Rússia em Portugal.
Nem a “embaixada em Lisboa, nem Moscovo” se “importam com essas personalidades com imaginação pouco saudável”, acrescenta a embaixada, sublinhando que têm “outras prioridades no processo de trabalho criativo para o desenvolvimento da cooperação russo-portuguesa”.
“Então a senhora ´ativista` pode voltar tranquilamente para casa”, conclui a nota da embaixada russa em Lisboa a propósito da partilha, pela Câmara Municipal de Lisboa, de dados pessoais de um grupo de pessoas residentes em Portugal.
O jornal Expresso noticiou na quarta-feira que os dados de cidadãos russos que estiveram ligados à organização do protesto em solidariedade com o opositor russo Alexei Navalny, detido na Rússia, foram partilhados pela Câmara Municipal de Lisboa com a Embaixada da Rússia e seguiram para o Ministério dos Negócios Estrangeiros daquele país.
Ao início da tarde de hoje, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa pediu “desculpas públicas” pela partilha de dados de ativistas russos em Portugal com as autoridades russas, assumindo que foi “um erro lamentável que não podia ter acontecido”.
A Câmara de Lisboa fez chegar às autoridades russas os nomes, moradas e contactos de três manifestantes russos que, em janeiro, participaram num protesto, em frente à embaixada russa em Lisboa, pela libertação de Alexey Navalny, opositor daquele Governo.
Fernando Medina explicou que “o erro resultou de um funcionamento burocrático dos serviços que aplicaram nesta manifestação aquilo que aplicam à generalidade das dezenas de manifestações que acontecem no município de Lisboa”.
Segundo Medina, foi aplicado o procedimento normal que se aplica em todas as manifestações desde 2011, quando foram extintos os governos civis e as competências passaram para as câmaras municipais.
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