Na entrevista ao Telejornal, Augusto Santos Silva rejeitou a ideia de que Portugal esteja fora do movimento de expulsão de diplomatas russos, lembrando que o país apoiou as decisões tomadas neste âmbito pela União Europeia e pela NATO.

Já numa entrevista ao Jornal da Noite da SIC Notícias, o chefe da diplomacia portuguesa classificou a chamada do embaixador português em Moscovo como uma das respostas para o caso.

“Este é um processo dinâmico, que nós devemos gerir com prudência”, sustentou o ministro, garantindo que, no âmbito deste caso, “nenhum dos instrumentos ao dispor da diplomacia está excluído”.

Depois de recordar que a tradição diplomática portuguesa “é não confrontacionável”, Santos Silva afirmou que Portugal apoiou quer a decisão da União Europeia, de chamar o seu embaixador para consultas, quer a decisão do secretário-geral da NATO, de expulsar sete diplomatas.

“Nenhum de nós espera que haja uma escalada irrazoável”, afirmou o ministro, apesar de considerar que este caso “tem que ter uma resposta à altura por parte dos europeus”.

Portugal está “inteiramente solidário” com a União Europeia e a NATO e “respeita todas as formas de reação”, frisou.

Questionado sobre qual será o critério a escolher se Portugal avançar para a expulsão de diplomatas russos, Santos Silva escusou-se a responder, alegando que o processo está em Segredo de Estado.

Adiantou, contudo, que o critério seguido pelos parceiros europeus tem sido o de expulsar “pessoas que estão mais do lado da inteligência do que do lado da diplomacia”, afirmando que tem dados dos serviços de informações portugueses que não pode revelar.

O ministro dos Negócio Estrangeiros recordou ainda que Portugal integra o grupo europeu que impôs sanções económicas à Rússia depois da invasão da Crimeia.

Em 14 de março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal com um gás neurotóxico no dia 04 de março na cidade inglesa de Salisbury.

Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática, que se estendeu a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.


Última atualização às 23:21