O jornal revelou as conclusões de um estudo elaborado pela Universidade de Oxford e o Centro de Ciência Social de Berlim (Alemanha) a partir de dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e o Eurostat.
O documento destaca que mais de metade destes novos emigrantes tomou a decisão de abandonar o Reino Unido nos três meses que se seguiram ao referendo, que decorreu em 23 de junho de 2016.
De acordo com as conclusões do estudo, a média de britânicos que sai anualmente do Reino Unido para se instalar em outro país da UE situou-se nos 56.832 entre 2008 e 2015, face aos 73.642 registados no período 2016 a 2018.
O maior aumento registou-se com a saída de britânicos para Espanha, onde se calcula que agora residam 380.000, apesar de este número poder variar por não ser obrigatório um registo junto as autoridades para viver no país.
No entanto, os dados oficiais disponíveis indicam que a média anual entre 2008-2015 foi de 2.300, enquanto que após o referendo, entre 2016-2018, a emigração de britânicos para Espanha multiplicou-se por cinco, até 21.250.
O segundo destino comunitário mais popular para os britânicos foi a França, que também não obriga os cidadãos da UE a registarem-se e onde esses números aumentaram nos referidos períodos de 500 até 5.000, respetivamente.
“Estes aumentos dos números são de uma magnitude que podem ser esperados quando um país é atingido por uma grande crise económica ou política”, indicou ao diário Daniel Auer, coautor do estudo da Universidade de Oxford e do Centro de Ciência Social.
Segundo o The Guardian, os estudos também refletem um aumento em 500% dos pedidos de passaportes de países da UE, como a Alemanha, que registou um aumento dos pedidos de 2.000% e que registou a nacionalização de 31.600 britânicos.
Auer e o coautor Daniel Tetlow assinalam que o estudo “revela que o Reino Unido enfrenta uma potencial fuga de cérebros de cidadãos britânicos altamente qualificados, que decidiram investir o seu futuro na Europa continental”.
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