A previsão é do Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus (CAMS), que tem rastreado a nuvem à medida que é transportada para a Europa.
Em comunicado, o CAMS refere que das quatro erupções vulcânicas registadas na Islândia desde dezembro, esta foi a maior até agora.
"As erupções anteriores não produziram muito em termos de emissões de SO2 que pudessem ser observadas e identificadas pelo nosso sistema. A quantidade de SO2 emitida desta vez foi muito clara e estamos a monitorizar de perto a pluma (nuvem do gás) à medida que é transportada pelo norte da Europa, embora não esperemos que haja qualquer impacto na qualidade do ar à superfície ou no clima”, indicou Mark Parrington, cientista do CAMS, citado no comunicado.
O dióxido de enxofre é um poluente cuja origem pode dever-se à atividade humana, como sejam os processos de combustão de combustíveis contendo enxofre (por exemplo para a produção de eletricidade), mas com origem natural sobretudo nas atividades vulcânicas, refere a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no seu ‘site’.
De acordo com o CAMS, após a erupção a nuvem moveu-se “para leste a partir do Atlântico Norte através da Irlanda e do Reino Unido, atingindo a Escandinávia (Noruega, Suécia e Dinamarca) na quarta-feira, atravessando o Báltico e alcançando os Estados Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), a Polónia e o noroeste da Rússia na sexta-feira”.
Segundo a APA, “o SO2 tem vários efeitos negativos na saúde e no ambiente que podem ir desde a irritação dos olhos, nariz e garganta a problemas mais graves do foro respiratório como lesões pulmonares, tosse e broncoconstrição” e pode ainda “potenciar os efeitos de outras doenças”.
“Erupções vulcânicas e a libertação de grandes quantidades de compostos de enxofre podem afetar não apenas a qualidade do ar na região diretamente afetada, mas também processos globais, como a concentração de ozono na estratosfera”, assinala o diretor do CAMS, Laurence Rouil, adiantando que, apesar dos impactos das erupções vulcânicas na Islândia ainda não terem sido muito graves, “é importante continuar a acompanhar a evolução da situação.”
O Copernicus é parte do Programa Espacial da União Europeia, tendo a seu cargo a observação da Terra.
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