A SentinelLabs e a Malwarebytes chegaram a esta conclusão após estudarem uma fuga de dados da I-Soon. A informação da empresa foi carregada no site de partilha GitHub a 16 de fevereiro.
Segundo os analistas, citados pela agência de notícias France-Presse (AFP), os dados da empresa chinesa contêm ficheiros de conversação, apresentações e listas de alvos. No entanto, não foi possível à AFP verificar de imediato o conteúdo.
“A fuga de informação fornece alguns dos pormenores mais concretos tornados públicos até à data” sobre a alegada espionagem chinesa e revela a sua maturidade, escreveu o SentinelLabs num relatório publicado na quarta-feira.
O autor da pirataria informática e os motivos ainda não são conhecidos, mas a fuga de informação “fornece uma visão sem precedentes das operações internas de um fornecedor de serviços de pirataria informática afiliado ao Estado”, ainda de acordo com a SentinelLabs.
A I-Soon foi capaz de se infiltrar em instituições governamentais na Índia, Tailândia, Vietname e Coreia do Sul, de acordo com outro relatório publicado na quarta-feira pela Malwarebytes.
As empresas também explicam como os ‘hackers’ da I-Soon acedem ao computador de uma pessoa e controlam-no remotamente, conseguindo executar comandos e monitorizar o que é escrito.
De acordo com os documentos divulgados, a I-Soon era uma entidade contratada pelo Governo chinês na região de Xinjiang, noroeste da China, onde as autoridades têm vindo a impor medidas repressivas em nome do antiterrorismo, de acordo com a AFP.
Estudos em países ocidentais, baseados em interpretações de documentos oficiais chineses, testemunhos de alegadas vítimas e extrapolações estatísticas, acusam Pequim de repressão contra os uigures, minoria étnica muçulmana chinesa, refere a agência de notícias.
A China ainda não reagiu às alegações de espionagem. No entanto, é comum condenar este tipo de acusações, afirmando ser vítima de numerosos ciberataques por parte dos Estados Unidos.
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