“Estão em cima da mesa várias formas de luta desde abaixo-assinados, desde greves por períodos de algumas horas com concentração em frente ao hospital, está prevista uma ação de rua na cidade de Viseu, um género de marcha lenta com os colegas dos cuidados de saúde primários, cuja a Administração Regional de Saúde (ARS) Centro também não procedeu da maneira que defendemos”, explicou Alfredo Gomes.

À saída de um plenário com os enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV), o sindicalista explicou aos jornalistas que em causa está o descongelamento das progressões de carreira feito pelo conselho de administração do hospital.

“Está mal feito, porque descrimina mais de metade dos enfermeiros, ou seja, tem de ser aplicado a todos os enfermeiros independentemente do vínculo e não o fez, aplicou-o só a contratos de trabalho de funções públicas e deixou de fora os contratos individuais de trabalho”, clarificou.

Alfredo Gomes contou que, no universo de mais de 800 enfermeiros que trabalham no CHTV, “mais de 400 ficaram de fora” do descongelamento que o conselho de administração aprovou no dia 14 de setembro, ou seja, “mais de metade não vai progredir” na carreira.

“Só os contratos individuais de trabalho são mais de 400, de qualquer das formas, há também enfermeiros que são contratos de trabalho de funções públicas que, por terem sido posicionados nos 1.201 euros em 2011, 2012, 2013, este conselho de administração também não lhes está a atribuir pontos de todo o tempo que está para trás”, explicou.

E acrescentou que estes enfermeiros “podiam saltar agora uma posição remuneratória e, com esta contabilidade, feita desta forma, não veem nenhuma progressão na carreira e mantêm-se onde estão há mais de 16 anos”.

Segundo o dirigente sindical, o conselho de administração “não o fez de acordo com o que diz a lei e o Orçamento do Estado” e frisou que “o próprio Ministério da Saúde, a própria Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) reconheceu a leitura” que o sindicato faz à lei e “concorda com ela”.

“Só não percebemos, porque isto já produz efeitos desde janeiro e estamos em finais de outubro, porque é que até hoje o Ministério da Saúde ainda não emitiu as necessárias orientações para que as instituições façam isto, desta forma, quando há várias instituições do país, que já o fizeram, da forma como nós defendemos”, questionou Alfredo Gomes.

A título de exemplo, disse que no Centro Hospitalar do Oeste, na Unidade Local de Saúde da Guarda e na do Alto Minho, “os conselhos de administração fizeram o descongelamento como deviam ser feitos”.

“Isto é de um Orçamento do Estado aprovado a 29 de dezembro de 2017 e estamos a 30 de outubro de 2018 e os enfermeiros já estão fartos de esperar e, por isso, vamos decidir formas de luta constantes”, prometeu Alfredo Gomes.