Catarina Barbosa, do movimento que esteve na base da greve em blocos operatórios, disse à agência Lusa que o encontro informal com a ministra Marta Temido serviu para transmitir informações que são “o retrato do estado atual da profissão”.
“Podemos dizer que o encontro foi inconclusivo, nós somos um movimento, não temos capacidade negocial e foi um encontro informal”, afirmou Catarina Barbosa em declarações à Lusa.
Segundo a enfermeira, no encontro, que não decorreu no Ministério da Saúde, estiveram ainda presentes deputados do Partido Socialista.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Ministério da Saúde confirmou apenas que houve um encontro informal com elementos do movimento “greve cirúrgica”.
O movimento “greve cirúrgica” lançou uma recolha de fundos que angariou mais de 360 mil euros para financiar os grevistas e, entretanto, já lançou uma nova angariação para uma segunda greve idêntica.
O movimento de enfermeiros considera que as 35 horas de trabalho semanais não são uma realidade para todos os enfermeiros e que o descongelamento de escalões também está a criar desigualdades, prejudicando sobretudo os profissionais com contratos individuais de trabalho.
Os profissionais assumem ainda como “pontos em que estão irredutíveis” a criação da carreira de categoria especialista e a antecipação da idade da reforma para os 57 anos.
Os enfermeiros dos blocos operatórios de cinco hospitais públicos estão em greve há quase um mês, uma paralisação que se estende até 31 de dezembro e que tem provocado o adiamento de cerca de 500 cirurgias programadas por dia.
A greve, que teve origem neste movimento “greve cirúrgica”, foi marcada por dois sindicatos – Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), que já admitiram avançar para uma segunda paralisação nos mesmos moldes, a partir de janeiro.
A ministra da Saúde recebe hoje os sindicatos dos enfermeiros, dois dias depois de um encontro com a bastonária da ordem destes profissionais.
Comentários