Em declarações à agência Lusa, Bruno Reis, do movimento dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia, disse que as dotações de profissionais nas salas de parto "continuam inseguras".
"Quem está a tentar colmatar as falhas são as equipas médicas que estão extenuadas e exaustas ", afirmou.
Bruno Reis adianta que os enfermeiros não veem razões para parar com este protesto, que decorre há quase um mês e que passa por não cumprirem as funções especializadas pelas quais não são ainda remunerados.
O protesto tinha ocorrido já durante quase todo o mês de julho, tendo sido interrompido para negociações com o Governo.
A 24 de agosto, os profissionais especialistas retomaram o protesto por “falta de resposta política do Governo”, segundo Bruno Reis.
Consultas de vigilância da gravidez, blocos de partos, internamentos de alto risco, interrupção voluntária da gravidez ou cursos de preparação para a parentalidade são algumas das funções específicas destes profissionais que serão suspensas no protesto.
O ministro da Saúde chegou a pedir um parecer sobre o protesto realizado em julho, tendo o conselho consultivo da Procuradoria-geral da República (PGR) concluído que os enfermeiros especialistas podem ser responsabilizados disciplinar e civilmente, bem como incorrer em faltas injustificadas.
A par do protesto, os enfermeiros realizaram entre 11 e 15 de setembro uma greve nacional, convocada pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros (SE), apoiada pela Ordem dos Enfermeiros.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que não aderiu àquela greve, marcou por sua vez uma paralisação de três dias, com início a 03 de outubro.
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