A Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) foram hoje anunciados como excluídos do processo negocial com a acusação de estarem a "inquinar a negociação", segundo José Azevedo, em representação da FENSE.

Em reação ao anúncio hoje feito em conferência de imprensa no Porto, a presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), Lúcia Leite, disse à Lusa que a FENSE, na reunião de 05 de setembro, "expulsou os dois sindicatos das negociações" porque "não defendem a proposta" daquela federação.

"Já foi mais que explicado pelo próprio Ministério que [a proposta da FENSE] não resolve o problema porque, como é um ACT, não permite do ponto de vista legal alterações à estrutura de carreira", argumentou a dirigente sindical.

Recusando estar fora da negociação, Lúcia Leite informou que o Ministério da Saúde "tem, neste momento, uma porta aberta para haver uma segunda mesa negocial, só com o SINDEPOR e a ASPE".

"Vamos ainda avaliar se há abertura do SEP [Sindicato dos Enfermeiros Portugueses] para se juntar a nós nesta nova negociação para depois formalizar o pedido", acrescentou.

E prosseguiu: "Não estamos afastados das negociações, pelo contrário, se nos libertamos poderemos, eventualmente, andar mais depressa", uma posição corroborada pelo presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), Carlos Ramalho.

Dando uma segunda versão do desfecho da reunião de 5 de setembro, o sindicalista contou ter sido decidido, por falta de acordo das partes, "que a FENSE iria seguir o seu percurso e o SINDEPOR e a ASPE, em conjunto, iniciar uma mesa negocial com o Governo".

"Nós é que fizemos contrapropostas ao que o Governo apresentou e estamos em condições de continuar as negociações, pois a FENSE sabe que anda há muito tempo a negociar um ACT que na prática não avançou", acusou Carlos Ramalho.