A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) enviaram um ofício às administrações dos cinco hospitais onde decorre a greve a indicar que foi recomendado aos grevistas que “compareçam ao serviço no horário em que estão escalados, no dia 21 de dezembro, para possibilitarem a abertura de todas as salas e tempos operatórios habituais”.
No documento, a que a agência Lusa teve acesso, os sindicatos dizem que pretendem “salvaguardar que nenhum doente oncológico classificado nível 3 e 4, bem como os que se enquadrem nas situações de urgência diferida” fiquem privados “de tempo operatório que permita a resolução da sua situação de saúde”.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da ASPE, Lúcia Leite, lembrou que com as tolerâncias de ponto para os dias 24 e 31 de dezembro, juntando os fins de semana e feriado de Natal, são sete dias em que as salas de cirurgias programadas ficarão fechadas até final da paralisação.
Para operar os “doentes de urgências diferidas que se estão a acumular”, os sindicatos decidiram assim recomendar que os grevistas se apresentem ao serviço na sexta-feira no horário em que estão escalados, mas lembram que os enfermeiros em greve apenas podem assegurar os serviços mínimos.
“De referir que os enfermeiros grevistas apenas podem assegurar serviços mínimos, possibilitando contudo o agendamento e intervenção de todos os doentes que se enquadrem nas situações descritas anteriormente e que eventualmente se tenham acumulado”, refere o ofício enviado para as administrações.
No entanto, Lúcia Leite sublinha que não se trata de qualquer suspensão da greve, que dura desde dia 22 de novembro e se vai prolongar até ao final do mês, estando a levar ao adiamento de cerca de 500 cirurgias por dia.
Aliás, a própria carta dos sindicatos às administrações hospitalares refere que “compete a cada enfermeiro individualmente decidir sobre a sua disponibilidade para assegurar o serviço além do decretado pelo tribunal arbitral” quanto aos serviços mínimos.
Os enfermeiros já tinham também permitido um reforço de equipas em serviços mínimos para lá daquilo que o tribunal decretou para esta greve.
Os sindicatos admitem que “os constrangimentos” causados aos doentes “se estejam a agravar” e considera que esta recomendação para os profissionais se apresentarem ao serviço na sexta-feira é “um ato de boa fé” que demonstra “permanente preocupação com o respeito pelos melhores interesses dos doentes”.
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