“Vivo em Évora desde que casei, mas já tinha ligações antigas, de família, à zona. O meu pai tinha aqui propriedades agrícolas, onde eu vinha muito”, explica à agência Lusa o cabeça-de-lista, de 49 anos.

Ocupadas na Reforma Agrária, as herdades foram devolvidas, mais tarde, e Pedro Manoel voltou “a frequentar regularmente” Évora, acabando por fixar-se na cidade e trabalhar nas propriedades.

Licenciado em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa e com uma pós-graduação em Contabilidade e Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, assume que Évora é a sua “primeira casa”.

Presidiu à Associação dos Jovens Agricultores do Sul e ocupou outros cargos em organizações agrícolas. Hoje, gere as suas herdades, preside ao Centro de Desenvolvimento Agropecuário de Évora e é vice-presidente da Associação Nacional de Produtores de Cereais, Oleaginosas e Proteaginosas (ANPOC).

Filiado no CDS-PP desde 2004, já foi vice-presidente da comissão política distrital e é o atual vice-presidente da comissão política concelhia de Évora, bem como conselheiro nacional, embarcando agora numa nova “aventura” política.

A 08 de dezembro do ano passado, a presidente do partido, Assunção Cristas, apresentou-o como cabeça-de-lista à câmara, de maioria CDU, e considerou-o como um “excelente candidato”.

Depois de, há quatro anos, ter concorrido coligado com o PSD, elegendo um vereador (14,7% dos votos), o CDS-PP avança com uma lista própria, aberta a independentes, a estas eleições.

O objetivo, segundo Assunção Cristas, é “mexer bastante com o que tem sido a prática em Évora”, município que costuma “virar entre PS e PCP”, que “fizeram pouco” pelo concelho, sendo “possível fazer mais e melhor”.

O candidato reforça que está na corrida eleitoral “para ser eleito presidente”, mas esse é um objetivo difícil, num município em que o partido, sozinho, nunca elegeu qualquer vereador.

“Tenho a noção dos resultados do CDS em Évora e, portanto, tudo o que seja melhorar esses resultados será bom. E seria extraordinário ser eleito vereador”, admite.

A redução do endividamento da autarquia, que classifica como “astronómico” e responsável por “estrangular toda a ação” da câmara, é uma das suas prioridades, assim como a reabilitação do centro histórico, onde “há muito abandono”.

Pai de quatro filhos - o mais novo dos quais, logo no imediato, não achou piada à candidatura, receoso de que os cartazes de campanha com o rosto do progenitor sejam “pintados com bigodes ou com nomes” -, Pedro afirma candidatar-se para “defender a cidade” onde vive. E a família apoia-o: “Viram o meu entusiasmo e agora estamos todos no mesmo barco”.

Católico assumido, diz-se preocupado com problemas sociais e colabora como voluntário com a Associação “Pão e Paz”, de apoio aos mais carenciados.

A par dos cavalos e da caça, aponta, uma das suas paixões é o râguebi, modalidade que praticou, tendo também sido treinador e dirigente do Clube de Rugby de Évora (CRE), ao qual continua ligado.

O atual executivo municipal de Évora é composto por quatro eleitos da CDU, dois do PS e um do PSD/CDS-PP.

No distrito de Évora, com 14 concelhos, a CDU lidera em seis municípios (Alandroal, Arraiolos, Évora, Montemor-o-Novo, Mora e Vila Viçosa), o PS em cinco (Mourão, Portel, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Viana do Alentejo) e os outros três (Borba, Estremoz e Redondo) são presididos por movimentos independentes.