“Desde quarta-feira, mais de 60.000 pessoas ficaram deslocadas, fugindo dos setores na fronteira (com a Turquia), em particular nas zonas de Ras al-Ayn e Derbassiyé”, referiu o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, precisando que os deslocados se dirigiam para territórios mais a leste, na direção da cidade de Hassaké.
Numa declaração assinada por 14 organizações, incluindo os Médicos Sem Fronteiras, Oxfam e Conselho Norueguês dos Refugiados, calcula-se que já haja mais de 90.000 deslocados internos na região.
O exército turco apoiado por alguns rebeldes sírios lançou uma operação militar contra as zonas controladas pelas forças curdas no nordeste da Síria, apesar dos numerosos alertas internacionais.
Um dos objetivos da operação é criar uma zona tampão de cerca de 30 quilómetros de extensão a partir da sua fronteira no norte da Síria e deslocar para a região uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que vivem na Turquia.
“Cerca de 450.000 pessoas vivem a menos de cinco quilómetros da fronteira” com a Turquia “elas correm perigo se todas as partes não utilizarem a máxima contenção e se não tiverem como prioridade a proteção dos civis”, assinala a declaração.
Alerta ainda que um grande número de civis arrisca deixar de ter acesso à ajuda humanitária.
“A resposta humanitária essencial ficará em causa se a instabilidade obrigar as agências de ajuda internacionais a suspenderem ou deslocarem os seus programas e pessoal, como já acontece”, adiantam as ONG.
Numa declaração separada, a ONG Save The Children chama a atenção para a possibilidade de “um desastre humanitário iminente”.
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